Exame de Física e Química foi “trabalhoso”, mas “adequado”

Sociedade Portuguesa de Física elogia forma como a prova do 11.º ano foi construída. No 9.º ano, foi a gramática a criar dificuldades na prova de Português.

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Nélson Garrido
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Dava muito trabalho, mas não houve lugar a grandes surpresas no exame nacional de Física e Química A que mais de 45 mil alunos do 11.º ano realizaram nesta sexta-feira. Essa era a opinião dos estudantes que o fizeram na Escola Básica e Secundária de Águas Santas, na Maia. A Sociedade Portuguesa de Física (SPF) considera a prova adequada ao programa da disciplina e elogia a forma como esta foi construída.

A maior parte das perguntas do exame de Física e Química eram muito trabalhosas, reconhece a professora Helena Ferraz, da escola da Maia, apoiada pelas reacções dos alunos no final da prova. Houve poucas perguntas directas e muitas questões de escolha múltipla que davam trabalho e custavam tempo. “Era muito extenso”, nota a professora, “mas nada fora do que já é normal e dentro daquilo que eles aprenderam”.

Apesar dessa percepção da professora e dos alunos, a SPF considera que a prova de Física e Química teve “uma extensão adequada ao tempo previsto para a sua resolução”. Também o grau de dificuldade foi considerado por aquele organismo como apropriado e semelhante ao que se tinha verificado em 2014 e 2015.

O parecer daquele organismo sobre o exame nacional realizado nesta sexta-feira por 45.471 alunos — 92,8% dos que estavam inscritos — elogia a forma como o mesmo foi construído. As questões “são formuladas de forma clara e compreensível, tendo em conta os destinatários, e não colocam problemas de correcção científica”, sublinha a SPF. A prova de Física e Química apresentava questões das duas disciplinas, bem como dos conteúdos do 10.º e 11.º ano, com uma distribuição entre as matérias considerada “equilibrada”.

Mesmo que o grau de dificuldade da prova fosse expectável, nem assim esta se tornou menos difícil para quem a realizou. À porta da Escola Básica e Secundária de Águas Santas, na hora de tirar dúvidas sobre o que se acertou ou errou, as escolhas múltiplas foram uma ratoeira para vários alunos e havia quem não quisesse rever a prova com a professora, para “não dar azar”.

Problemas a Português?

Além da prova de Física e Química, esta sexta-feira foi dia de exame no ensino secundário a Geografia A (feito por 22.899 alunos) e História da Cultura e das Artes, uma das provas menos concorridas (5027 presenças). No 3.º ciclo, os alunos do 9.º ano fizeram a prova de Português, no qual o grupo relativo à gramática foi mais difícil do que em anos anteriores, segundo a Associação de Professores de Português (APP). Ainda que reconheça que as questões “respeitem os conteúdos programáticos em vigor” para aquela disciplina, a APP antecipa problemas para os alunos.

O Grupo III, relativo à gramática, apresentou “um maior índice de dificuldade” do que em anos anterior, segundo a APP. Rosa Naveira, professora de Português na escola da Maia, tinha feito o mesmo alerta à reportagem do PÚBLICO: algumas perguntas podem ter induzido os alunos em erro, “porque eles vão muito pelas indicações que os professores dão”. “De resto, era uma prova acessível” — e nem saiu poesia, que tanto medo causa a estes alunos, destacou a mesma professora. Naquela escola, os alunos consideraram a prova “acessível”. A maior surpresa foi a ausência da obra de Camões e a inclusão de textos Gil Vicente no exame.

Além da gramática, também o Grupo I, com um texto informativo e questões de escolha múltipla, tinha “um grau de exigência que apela a uma atenção e concentração por parte dos alunos”, alerta a APP. No seu parecer sobre a prova, realizada por 95.589 alunos, os professores de português consideram-na “adequada ao ano de escolaridade e faixa etária dos alunos” e respeitadora “do programa e das metas curriculares”.

 

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