Directores alertam: escolas vão perder horas de apoio aos alunos

Estabelecimentos dos grandes centros urbanos serão as mais afectadas, refere o presidente da ANDAEP, Filinto Lima

Foto
Associação de directores dizem que responsáveis devem já pedir reforço de horas MANUEL ROBERTO

Os directores escolares consideram que as novas regras de atribuição de crédito horário reduzem as horas para apoiar os alunos, em especial nas escolas situadas nos grandes centros urbanos, e com professores mais velhos.
A actual equipa do Ministério da Educação alterou a fórmula de atribuição de crédito horário, que é utilizada pelas escolas para acções variadas, como dar apoio aos alunos ou coadjuvação. Segundo o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima - que num primeiro tempo tinha manifestado apoio ao novo método de atribuição deste crédito -, com as novas regras, as escolas vão ficar a perder.
Depois de contactar directores de escolas de todo o país, a ANDAEP fez um balanço do impacto das medidas previstas no novo despacho de Organização de Ano Lectivo (OAL), publicado recentemente em Diário da República, Filinto Lima referiu que "algumas escolas vão ganhar ligeiramente e outras vão perder, mas a grande maioria perde crédito horário, em relação ao ano passado. Em alguns casos vão perder dezenas de horas".
No entanto, "o actual Governo sempre disse que não quer dar menos horas" e, por isso, as escolas que se sintam prejudicadas em relação ao ano anterior vão poder requerer essa diferença à directora-geral de Estatísticas da Educação e Ciência, sublinhou.
A ANDAEP está, por isso, "a aconselhar os directores a fazer já o pedido de reposição do diferencial", para que a situação possa estar resolvida antes de as aulas começarem.
Segundo Filinto Lima, as escolas mais afectadas serão as dos grandes centros urbanos e as que têm um corpo docente com mais anos de serviço, uma vez que, com o avançar dos anos, os professores vão tendo redução de componente lectiva.
As escolas que sintam necessidade podem ainda pedir um reforço extra, mas esse é um processo muito mais burocrático, segundo Filinto Lima, uma vez que terá de passar por vários departamentos e terá de existir disponibilidade orçamental, explicou.
 

Sugerir correcção
Comentar