Deputado do CDS deixa o Parlamento em ruptura com Cristas

Abel Baptista pediu renúncia ao mandato e vai abandonar todos os cargos no partido.

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Abel Baptista, na foto ao lado do ex-ministro Nuno Crato, deixa o parlamento em Setembro Rui Gaudêncio

O deputado do CDS-PP Abel Baptista já entregou o pedido de renúncia ao mandato e vai abandonar todos os cargos no partido depois de ter entrado em rota de colisão com a líder do partido, Assunção Cristas.

Abel Baptista discordou da decisão de Cristas relativamente à escolha do candidato à Câmara Municipal de Ponte de Lima nas próximas autárquicas de 2017. O deputado e dirigente distrital de Viana do Castelo tinha a expectativa de ser o escolhido para cabeça de lista, mas um estudo interno apontou o actual presidente da Câmara, Vítor Mendes, como o mais bem posicionado na corrida eleitoral.

A decisão de Assunção Cristas, que foi dada como irreversível, levou Abel Baptista a pedir a renúncia ao mandato de deputado, que terá efeitos a partir de 15 de Setembro, data do final da primeira sessão legislativa. Será substituído pelo nome indicado pelo CDS que se seguia na lista da coligação PSD/CDS, Isilda Araújo Novo.  

Com 23 anos de vida partidária e 11 como deputado, Abel Baptista vai abandonar todos os cargos que mantinha no partido: membro da Comissão Política Nacional, presidente da distrital de Viana do Castelo e líder da concelhia de Ponte de Lima. O centrista foi vereador em Ponte de Lima (e é actualmente em Monção), foi presidente da Assembleia Municipal de Ponte de Lima, e presidiu à comissão parlamentar de Educação na anterior legislatura. Actualmente é secretário da mesa da Assembleia da República. A partir de Outubro, regressará ao seu lugar de técnico superior na Câmara Municipal de Lamego.

Contactada pelo PÚBLICO, Assunção Cristas lembrou ter acompanhado de perto o trabalho do deputado, primeiro como colega na bancada e depois como ministra de Agricultura, área que Abel acompanhou. “A minha palavra é de elogio, fez um trabalho de grande empenho e de grande profissionalismo”, disse.

No processo de sucessão de Paulo Portas, em Janeiro deste ano, Abel Baptista fez parte do grupo inicial que preparou a moção que seria a de apoio à candidatura de Nuno Melo à liderança do partido. Como o eurodeputado desistiu, Abel Baptista aceitou integrar a Comissão Política Nacional de Cristas. O mesmo grupo acabou por apresentar uma lista alternativa à da única candidata e que era liderada por Filipe Lobo d’Ávila. 

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