Abel Baptista em rota de colisão com Assunção Cristas

O deputado eleito por Viana de Castelo queria ser candidato à Câmara de Ponte de Lima, o que é improvável. Agora, pondera renunciar ao mandato de parlamentar e deixar todos os cargos no partido.

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Além de deputado, Abel Baptista é o presidente da distrital de Viana do Castelo do CDS-PP Pedro Cunha

O deputado do CDS-PP Abel Baptista, eleito por Viana do Castelo, está a ponderar renunciar ao mandato na Assembleia da República por discordar da decisão da líder Assunção Cristas relativamente à escolha do candidato à Câmara Municipal de Ponte de Lima. Abel Baptista tinha a expectativa de ser o escolhido, mas um estudo interno do partido aponta o actual presidente da Câmara, Vítor Mendes, como o mais bem posicionado para a corrida eleitoral.  

Líder da distrital de Viana do Castelo e da concelhia de Ponte de Lima, Abel Baptista tem mostrado indignação aos seus pares pela decisão de Assunção Cristas. O deputado não quis, no entanto, fazer comentários ao PÚBLICO, dizendo apenas que, quando tomar uma decisão, ela será pública. O que está a ser ponderado é a renúncia ao mandato de deputado e a saída de todos os cargos no partido. Abel Baptista é deputado desde 2005, foi presidente da comissão de Educação na anterior legislatura e actualmente é secretário da mesa da Assembleia da República.

Assunção Cristas também não quis falar ao PÚBLICO sobre o assunto, mas para a direcção o caso não está encerrado, até porque uma decisão final terá de ser tomada pela comissão executiva do CDS. O certo é que parece difícil contrariar a ideia de fazer recandidatar Vítor Mendes, uma decisão da qual Abel Baptista discorda frontalmente. Vítor Mendes está a cumprir o segundo mandato e ainda se pode candidatar a um terceiro naquela que é a câmara mais emblemática do CDS. Fontes próximas da direcção lembram que o partido só tem cinco câmaras municipais e não se pode dar ao luxo de perder Ponte de Lima, que está há mais de dez anos nas mãos dos centristas.

Abel Baptista fez parte do grupo inicial que preparou a moção que seria a de apoio à candidatura à liderança de Nuno Melo, mas o eurodeputado acabou por não avançar para a sucessão a Paulo Portas e o deputado aceitou integrar a comissão política de Assunção Cristas. Aquele grupo deu origem a uma lista ao Conselho Nacional, alternativa à da direcção, encabeçada por Filipe Lobo d’Ávila.

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