Carlos César considera que a economia “suporta” aumento salarial

PS diz que ao assinarem o acordo, os patrões também concordam que há condições para aumentar o salário mínimo.

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Carlos César falou depois do Conselho de Ministros LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Ao contrário do PSD, os socialistas consideram que a economia “suporta claramente o sobre-esforço” do aumento do salário mínimo nacional (SMN) para 557 euros este ano e até aos 600 euros em 2019. À saída da reunião da bancada parlamentar do PS, a que preside, Carlos César contrariava assim as declarações do líder parlamentar social-democrata e argumentava qua a prova disso era que as entidades patronais “ao subscreverem o acordo, implicitamente concordaram que ele fazia face àquilo que as empresas necessitavam para satisfazerem o aumento do salário mínimo decretado”.

Questionado pelos jornalistas, o líder parlamentar e presidente do PS recordou que está no programa de Governo a intenção de que o salário mínimo chegue aos 600 euros no final da legislatura. “O objectivo será continuamente monitorizado no âmbito da concertação social e com os nossos parceiros parlamentares”, descreveu Carlos César.

O dirigente socialista aproveitou para criticar o PSD, dizendo que este partido “foi e é contra a subida do salário mínimo”. E essa é uma divergência insanável em relação ao PS que, por seu lado, partilha com o BE, PCP e PEV a “convicção de que é profundamente necessário que se proceda a um aumento gradual do SMN de forma a responder, por um lado, a questões de justiça, e, por outro, a reforçar o combate à pobreza e às desigualdades.

Na quarta-feira à tarde, no debate que antecedeu o chumbo da redução da TSU dos patrões em que BE, PCP e PEV defenderam que até é preciso ir mais longe no aumento do salário mínimo e que se fosse actualizado pela produtividade ele estaria perto dos 900 euros, o ministro do Trabalho avisara: “Naturalmente ninguém defende que este aumento do salário mínimo seja sustentável a longo prazo.”

Carlos César desvalorizou as críticas do PSD sobre o facto de António Costa ter tratado das alternativas ao acordo com os patrões e a UGT na residência oficial em vez de o fazer na sede do Conselho de Concertação Social, explicou que o primeiro-ministro” “tem compromissos com órgãos institucionais diversificados” e disse ser “natural e expectável” que depois da decisão do Parlamento se procurasse uma solução. 

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