Apresentação do relatório do grupo da dívida adiado mais dois dias

Data estava marcada há quase um mês, mas documento final só será conhecido publicamente na tarde de 28 de Abril.

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Grupos de trabalho foram constituídos na sequência do acordo que viabilizou o Governo Daniel Rocha

Dia 26 de Abril de 2017, às 10h, na Assembleia da República. A apresentação do relatório final do grupo de trabalho do PS e do BE sobre a sustentabilidade da dívida tinha esta data marcada desde o final de Março, altura em que os dois partidos deram a conhecer à comunicação social os relatórios finais dos outros cinco grupos de trabalho constituídos na sequência dos acordos que viabilizaram o Governo. Mas foi adiada.

Não era só a data que estava escolhida. Também já se sabia, por exemplo, que o secretário de Estado do Orçamento, João Leão, estaria presente na cerimónia, mas não assinaria o documento, em nome do Governo. Apesar de os pormenores estarem acertados, o prazo será estendido mais uma vez. Afinal, o relatório que falta (e que já terá tido várias versões) só será tornado público a 28 de Abril, pelas 14h30.

O dia 26 foi afastado por vários motivos, soube o PÚBLICO. Desde logo, porque o documento final ainda não está pronto. Mas também porque, sendo quarta-feira dia de debate quinzenal com o primeiro-ministro (da parte da tarde), os intervenientes acharam melhor escolher outra data.

Curiosamente, no dia escolhido o ex-presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues, também estará no Parlamento, pelas dez da manhã, para ser ouvido no âmbito da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à actuação do XXI Governo Constitucional no que se relaciona com a nomeação e a demissão da sua equipa de administração. Uma "coincidência", assume um socialista que integra o grupo.

O grupo de trabalho da dívida é um dos seis que foram constituídos na sequência do acordo político assumido entre PS e BE para viabilizar o Governo de António Costa. No caso da dívida, as divergências entre os dois partidos são grandes, com o Bloco a insistir na renegociação (coisa que os socialistas sempre rejeitaram que o país propusesse unilateralmente, antes defendendo uma posição concertada no âmbito europeu). Por essa razão, espera-se que o documento final vá mais no sentido de apontar cenários do que opções conclusivas.

Como o PÚBLICO já escreveu, o documento deverá apontar algumas soluções para ajudar a resolver o problema da dívida, mas o cenário de uma renegociação unilateral não deverá ser indicado como o caminho a seguir. Desde o início tem sido explicado que o documento servirá sobretudo para pôr em cima da mesa hipóteses e avaliar consequências.

Ao Sol, na semana passada, o economista Ricardo Paes Mamede disse que o trabalho deste grupo, do qual faz parte, “é muito importante na sistematização do diagnóstico da situação, na identificação dos constrangimentos e nas possibilidades de lidar com esses constrangimentos. Com L. V.

 

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