Thomas abraçou a filha após ter celebrado a morte por medo do cativeiro pelo Hamas

Thomas celebrou a morte da filha por considerar um desfecho melhor do que a tortura nas mãos do Hamas. Afinal, Emily está viva e foi devolvida à família. Celebrou os nove anos em cativeiro.

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A menina irlandesa-israelita Emily Hand, raptada pelo Hamas durante o ataque de 7 de Outubro a Israel, encontra-se com o seu pai Thomas Hand depois de ter sido libertada Reuters/ISRAEL DEFENSE FORCES
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Emily Hand, a menina cuja morte foi celebrada pelo pai por temer as atrocidades que a filha sofreria num cativeiro pelo Hamas, afinal está viva e foi libertada no último sábado. A confirmação foi dada pelo próprio pai, o irlandês Thomas Hand, que surge abraçado à filha numa fotografia divulgada nas últimas horas.

Poucos dias depois do ataque do movimento Hamas às comunidades israelitas junto à fronteira com a Faixa de Gaza, Thomas Hand foi entrevistado pela CNN Internacional e, em lágrimas, contou como celebrou quando as autoridades israelitas lhe anunciaram que tinham encontrado a filha, na altura com oito anos, entre as vítimas mortais numa comunidade atacada pelo Hamas onde a menina estava a passar a noite em casa de uma amiga.

"Eles disseram que tinham encontrado a Emily e que ela estava morta. E eu disse: 'Sim! Sim.' E sorri. Porque eram as melhores notícias entre todas as possibilidades que havia. Era a melhor possibilidade que eu esperava. Ou estaria morta, ou em Gaza. O que fazem às pessoas em Gaza é pior do que a morte. A morte foi uma bênção e uma bênção absoluta", contou o imigrante irlandês em Israel, cuja mulher morreu quando Emily tinha dois anos, vítima de cancro.

Um mês depois do ataque, Thomas Hand soube que a filha poderia estar viva entre os reféns levados pelos militantes do Hamas a 7 de Outubro. Afinal, o corpo de Emily não tinha sido encontrado entre os mortos em Be'eri, nem o seu ADN correspondia às amostras recolhidas no local. O abrigo que Emily teria usado para se proteger dos ataques do Hamas não tinha manchas de sangue que indiciassem a morte da menina.

"Tive de mudar todo o meu cérebro e digerir esta nova informação. E quando me disseram, eu disse: 'Não, não, não, não, não'", admitiu o homem à Associated Press. Por essa altura, se realmente estivesse viva, Emily estaria prestes a completar os nove anos, a 17 de Novembro: "Ela nem sequer vai saber que é o seu aniversário. Não vai saber que dia é hoje. Consegue imaginar o medo", desabafou o pai.

Depois dos atrasos na entrega dos reféns no sábado, Thomas Hand recebeu finalmente a filha Emily nos braços — viva. "Não conseguimos encontrar palavras para descrever as nossas emoções depois de 50 dias desafiadores e complicados”, disse a família em comunicado. “Estamos muito felizes por abraçar a Emily novamente, mas, ao mesmo tempo, pensamos na Raya Rotem [mãe de uma amiga de Emily] e em todos os reféns que ainda não regressaram."

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