“O teu, ainda não gatinha?”

O que leva as mães a competir umas com as outras?

O que leva as mães a competir umas com as outras, insinuando de forma mais ou menos aberta que os seus filhos vão à frente na corrida (não se sabe para que meta), ou que, graças aos seus dotes de parentalidade, “Já dormem a noite inteira”, “Não fazem uma birra”, “Comem sozinhos”?

Há mais razões do que dedos de uma mão: pode ser curiosidade genuína, sem qualquer intenção de diminuir a interlocutora. Pode ser uma mera constatação, mal interpretada pelas “colegas” mais inseguras. Pode ser porque precisam de um elogio, de uma validação.

Mas — acredita a avó/mãe, na birra de hoje — também pode ser sintoma de uma nova forma de ser mãe e pai, em que a parentalidade é encarada como uma licenciatura ou um mestrado, em que todo o foco é colocado na competição pela nota mais alta. Pais que, tal como diz a psicóloga do Desenvolvimento Alison Gopnik, tendem a ser mais pais carpinteiros, procurando esculpir a criança, como quem faz uma cadeira ou uma mesa, do que pais jardineiros, que regam e cuidam, mas que sabem que o resultado final não é mérito seu.

A mãe/filha abana a cabeça, não sabe se concorda. Mas oiça a Birra desta semana e decida por si.


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