Incêndios florestais na UE queimaram 900 mil hectares em 2022, 43% são da rede Natura

O ano passado foi o segundo pior em área ardida desde 2000 na UE, com 900 mil hectares destruídos. Quase metade faz parte da rede Natura 2000. Este ano, os valores estão nos 500 mil hectares.

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Os dados já disponíveis para 2023 apontam para uma área ardida de cerca de 500 mil hectares de terrenos da rede Natura na UE Reuters/ALEXANDROS AVRAMIDIS
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Novecentos mil hectares de área arderam em 2022 na União Europeia (UE), segundo um relatório divulgado esta quarta-feira pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais. Foi o segundo pior ano em matéria de incêndios florestais — 2017 está no topo, com 1,3 milhões de hectares de área ardida —, desde que o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais começou a monitorizar, em 2000.

Os fogos também afectaram a rede Natura 2000, a reserva europeia de biodiversidade, que representa cerca de 43% da área ardida na UE, a maior numa década.

Os dados já disponíveis para 2023 apontam para uma área ardida de cerca de 500 mil hectares de terrenos naturais na UE, incluindo o maior fogo florestal registado, o de Alexandropolis, na Grécia, que devastou 96 mil hectares. Este ano, indica ainda o relatório, "assistiu-se novamente a incêndios florestais galopantes, difíceis de conter pelo combate tradicional aos incêndios devido às suas elevadas temperaturas, intensidade e velocidade".

O relatório destaca ainda que, em 2022 e pelo terceiro ano consecutivo, fogos florestais sem precedentes causaram "grandes danos ambientais e económicos na UE e trágicas perdas de vidas humanas".

Em 2023, outros incêndios florestais críticos na UE ocorreram em Portugal, Espanha, Itália e Grécia. O ano foi marcado por vários fogos trágicos na Europa e outras regiões do planeta, destacando-se, por exemplo, o incêndio no Canadá. Dados divulgados pelo Copérnico, o programa de observação terrestre da União Europeia em Setembro deste ano mostravam que a época de incêndios florestais deste ano no hemisfério Norte bateu novos recordes.

Os cientistas do programa europeu sublinharam o impacto do grave incêndio no Canadá que viveu este ano a pior temporada de incêndios florestais da sua história, com mais de 170 mil quilómetros quadrados de área ardida — o equivalente a 17 milhões de campos de futebol, quase o dobro do território português.

No Canadá, o total estimado de emissões de carbono geradas pelos incêndios deste Verão atingiu 410 megatoneladas — o triplo do recorde anterior, registado em 2014, que apontava para 138 megatoneladas (milhões de toneladas) de carbono libertadas na atmosfera, comunicaram os especialistas do Copérnico.

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