75.800 razões para Marcelo não ter dito o que disse

O país precisou de três intervenções do FMI para descobrir as virtudes das contas certas. Talvez precise de três primeiros-ministros envolvidos em redes de compadrio para levar a sério a corrupção.

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A vocação de Marcelo Rebelo de Sousa para maestro de orquestra do Titanic está definitivamente comprovada. Após admitir na sua comunicação ao país que esta é a primeira vez que um primeiro-ministro abandona o cargo por suspeitas de envolvimento em actividade criminal, o Presidente da República decidiu: 1) “sublinhar a elevação do gesto” de António Costa ao demitir-se; 2) elogiar a qualidade da sua “comunicação aos portugueses”; 3) “testemunhar” o seu “serviço à causa pública durante décadas”; 4) agradecer a sua “disponibilidade para assegurar as funções” de primeiro-ministro durante mais cinco meses (se tudo correr bem) ou talvez meio ano (se tudo correr mal); e 5) declarar o seu desejo de que “mais depressa do que devagar” tudo seja devidamente esclarecido, no “respeito da presunção da inocência” e na “salvaguarda do bom-nome”.

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