Zelensky aproveita visita de Stoltenberg para pedir mais sistemas de defesa antiaérea

Presidente ucraniano quer proteger infra-estruturas energéticas da Ucrânia dos previsíveis ataque de Inverno da Rússia.

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Jens Stoltenberg foi recebido em Kiev por Volodymyr Zelensky Reuters/GLEB GARANICH
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O avanço da contra-ofensiva ucraniana contra o ocupante russo prossegue, para já, abaixo das expectativas criadas mas, esta quinta-feira, o secretário-geral da NATO foi a Kiev deixar palavras de encorajamento ao Presidente da Ucrânia, que aproveitou para pedir aos aliados mais sistemas de defesa antiaérea.

“Hoje, as vossas forças estão a avançar. Estão a enfrentar combates ferozes, mas estão a ganhar terreno pouco a pouco”, afirmou Jens Stoltenberg numa conferência de imprensa conjunta com Volodymyr Zelensky.

“Cada metro que as forças ucranianas recuperam é um metro que a Rússia perde”, acrescentou o secretário-geral da Aliança Atlântica. O político norueguês argumentou que enquanto os soldados ucranianos lutam “pela sua família, pelo futuro e pela liberdade”, Moscovo luta em busca de “ilusões imperiais”.

A chegada do Inverno deverá atrasar ainda mais a contra-ofensiva da Ucrânia, pelo que a prioridade de Kiev é, agora, enfrentar os prováveis novos ataques da Rússia às infra-estruturas energéticas do país. Nesse sentido, Zelensky aproveitou a presença de Stoltenberg na capital ucraniana para pedir mais sistemas de defesa antiaérea.

“O secretário-geral concordou em envidar esforços para nos ajudar” e para “mobilizar os membros da NATO”, disse o Presidente ucraniano, acrescentando: “Temos de atravessar este Inverno juntos para proteger as nossas infra-estruturas energéticas e a vida dos nossos concidadãos”.

Para vincar a urgência do pedido para reforçar a defesa dos céus da Ucrânia, Zelensky deu como exemplo os ataques russos da noite anterior, em que Moscovo terá lançado mais de 40 drones Shahed de fabrico iraniano contra alvos em território ucraniano.

“E é assim quase todas as noites. Com estes ataques tão intensos contra os ucranianos, contra as nossas cidades e portos - que são importantes para a segurança alimentar global - precisamos de um aumento correspondente da pressão sobre a Rússia e o reforço do nosso escudo antiaéreo”, afirmou.

Em resposta, Stoltenberg garantiu que está “constantemente a pressionar” os aliados da NATO para que prestem mais apoio à Ucrânia e acelerem a entrega, “sobretudo”, de sistemas de defesa antiaérea.

O secretário-geral anunciou que a NATO tem actualmente em vigor contratos-quadro globais com empresas de armamento no valor de 2,4 mil milhões de euros para munições, abrangendo artilharia de 155 mm, mísseis guiados antitanque e munições para os principais tanques de guerra.

“A NATO tem vindo a realizar aquisições conjuntas há muitos anos”, afirmou Stoltenberg, para quem a política de aquisições ajuda também os países da Aliança Atlântica a reabastecer-se enquanto auxiliam a Ucrânia.

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