O combate crucial para o futuro do clima está em curso na Amazónia

Nas próximas dez semanas, o PÚBLICO dá-lhe conta das ameaças, mas também dos esforços e esperanças dos que, no terreno, nos levam a acreditar que é possível salvar a maior floresta tropical do mundo.

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Workers reap manioc to avoid losses during floods on the banks of Solimoes River in Anama, Amazonas state, Brazil March 31, 2021. Picture taken March 31, 2021. REUTERS/Bruno Kelly BRUNO KELLY/reuters
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Romeu da Silva olha para o leito do rio Solimões do ponto mais alto do barranco da cidade de Tabatinga, na fronteira com o Peru e a Colômbia, e deixa no ar uma profecia aterradora: “Qualquer dia, não há água...” O rio que acaba de entrar no território do Brasil depois de uma longa viagem iniciada nos contrafortes dos Andes parece desmenti-lo. Aos olhos de um europeu, é largo, imenso, majestoso. Mas quando se desce do barranco percebe-se um pouco melhor a ansiedade de Romeu. Ali, onde Dona Safira tem o seu barraco, um telhado de zinco ondulado assente em quatro paus enterrados na terra endurecida pelo calor, onde vende fruta, macaxeira (mandioca, aipim) cozida, bebidas e água em sacos plásticos, dá para perceber o receio de Romeu. O rio corre 40 ou 50 metros abaixo do seu leito máximo, um nível que os ribeirinhos dizem ser baixo até para a estação seca.

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