Marcelo vai à Polónia de 20 a 25 de Agosto, com a Ucrânia no horizonte

Presidente da República tem convites pendentes para visitar os dois países há um ano. Viagem a país vizinho é oportunidade para concretizar a deslocação prometida a Kiev, que não está confirmada.

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Marcelo Rebelo de Sousa e o Presidente da Polónia, Andrez Duda, em Junho de 2022 EPA/HUGO DELGADO
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Mais de um ano depois do convite que recebeu do seu homólogo polaco, o Presidente da República português vai finalmente realizar a visita de Estado à Polónia. Uma oportunidade de ouro para concretizar a prometida incursão à Ucrânia, para a qual também já foi convidado no ano passado. Os dois países são vizinhos e as datas da viagem à Polónia coincidem com as previsões de Belém de que a visita à Ucrânia se realizaria no Verão.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu à Assembleia da República o assentimento para se deslocar à Polónia entre os dias 20 e 25 de Agosto (datas-limite para a ausência do país no âmbito desta deslocação), cumprindo a exigência constitucional, e o presidente da Assembleia da República formalizou na terça-feira o projecto de resolução para a autorização do Parlamento nesse sentido. No entanto, devido às férias parlamentares, esse pedido só deverá ser aprovado a posteriori na reunião da comissão permanente marcada para 6 de Setembro.

Embora a visita à Ucrânia não esteja pedida e muito menos confirmada, é possível que decorra no mesmo período, antes ou depois da visita de Estado à Polónia, dada a proximidade entre os dois países e o calendário avançado pelo próprio Presidente da República. “Provavelmente, será no Verão”, disse aos jornalistas em Fevereiro, num jantar com refugiados ucranianos, lembrando que só não se concretizou no ano passado “por causa de um compromisso internacional”.

No final de Julho, o Expresso adiantava que Marcelo estava a contar ir a Kiev na última quinzena de Agosto ou início de Setembro, “se a situação no terreno" o permitisse. O convite foi feito pelo Presidente ucraniano durante a visita de António Costa a Kiev, em Maio de 2022, e na altura o chefe de Estado admitiu a possibilidade de se deslocar à Ucrânia quando o Governo entendesse necessário e se fosse vantajoso para o interesse de Portugal. Depois disso, também o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, se deslocou ao país invadido pela Rússia.

A concretizar-se a visita a Kiev, será a oportunidade de entregar, pessoalmente, o Grande-Colar da Ordem da Liberdade, uma das mais altas distinções do Estado português, com que o Presidente da República decidiu distinguir o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, como forma de assinalar um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia.

O cenário da conciliação da visita de Estado à Polónia estará a ser equacionado há mais de um ano: em Junho de 2022, já depois de ter recebido o convite de Zelensky através de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu a visita do Presidente polaco em Braga, na véspera do 10 de Junho, e disse que foi convidado para ir à Polónia.

“Obviamente não vou pronunciar-me sobre aquilo que tratámos, mas correu muitíssimo bem”, declarou após a reunião de duas horas com Andrez Duda. Apenas realçou que a Polónia “está situada geograficamente num ponto muito sensível” e acrescentou que “tudo o que diga respeito ao mundo em geral mas à Europa em particular neste momento é importante e foi tratado” neste encontro.

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