Altice France toma “medidas preventivas” e vai avaliar se existem impactos na empresa

Enquanto decorre a investigação “Operação Picoas” em Portugal, a Altice France tomou “medidas preventivas”, que incluem o lançamento de uma investigação interna, foi hoje anunciado ao mercado.

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O grupo Altice, liderado por Patrick Drahi, tem presença em Portugal, França, EUA, Israel e República Dominicana daniel rocha

A Altice France (SFR) tomou "medidas preventivas", no âmbito da “Operação Picoas”, que incluem o lançamento de uma investigação interna e a avaliação "se existem impactos" na empresa, foi divulgado esta quinta-feira.

Em comunicado, a Altice France refere que "toma nota" da actual investigação em curso do Ministério Público (MP) em Portugal "contra indivíduos associados à Altice, bem como entidades externas".

Recorda que o MP esclareceu que a investigação incide sobre "práticas lesivas pelas quais a Altice Portugal e as suas subsidiárias são impactadas e, portanto, vítimas de fraude" por parte de indivíduos.

Enquanto decorre a investigação, a Altice France tomou "medidas preventivas", que incluem o lançamento de uma investigação interna e o recurso a advogados externos e outros consultores "para avaliar se existem impactos na Altice France", como também o reforço do processo de aprovação de todas as compras, pagamentos e processos relacionados.

"A Altice France continua a operar as suas actividades de forma normal e irá continuar a conduzir os seus negócios com a maior integridade no interesse de todos os stakeholders [partes interessadas]", com clientes e colaboradores em primeiro plano.

Na quarta-feira, o grupo multinacional de Patrick Drahi anunciou que a Altice International e as suas afiliadas "colocaram vários representantes legais, gestores e funcionários em Portugal e no estrangeiro em licença" enquanto decorre a investigação. A sociedade Altice International agrega as operações em Portugal, Israel e República Dominicana. O grupo multinacional fica completo com a Altice France e a Altice USA.

A “Operação Picoas”, desencadeada em 13 de Julho, levou a três detenções nesse dia, entre as quais a do co-fundador do grupo Altice Armando Pereira, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP). Hernâni Vaz Antunes foi o quarto arguido a ser detido, no dia 15, após entregar-se às autoridades.

O MP imputa a Armando Pereira um total de 11 crimes, seis de corrupção activa no sector privado, um de corrupção passiva no sector privado e quatro de branqueamento de capitais.

Já a Hernâni Vaz Antunes, o MP atribui a prática de 21 crimes, oito de fraude fiscal qualificada, seis de branqueamento de capitais, sete de corrupção activa no sector privado.

O MP suspeita que Armando Pereira, juntamente com Hernâni Vaz Antunes, está envolvido num alegado esquema fraudulento, que terá lesado o Estado em mais de 100 milhões de euros e desviado da Altice cerca de 250 milhões de euros.

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