CMVM suspende acções da Cofina, à espera de informações sobre venda da empresa

O regulador dos mercados suspendeu as acções da Cofina, depois de ter sido noticiado que Cristiano Ronaldo estará prestes a entrar no capital do grupo Cofina, dono do Record.

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A Cofina detém títulos como o Correio da Manhã e a CMTV adriano miranda / publico
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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu, esta sexta-feira, a negociação das acções da Cofina. A decisão é tomada depois de, esta manhã, ter sido noticiado que Cristiano Ronaldo estará a preparar-se para se tornar accionista de referência do grupo que detém títulos como o Correio da Manhã, a CMTV, o Jornal de Negócios, o Record ou a Sábado. A informação já foi confirmada por um dos administradores da Cofina à frente destas negociações.

"O conselho de administração da CMVM determinou, no dia 30/Jun/2023, pelas 11h01 (...), a suspensão da negociação das acções Cofina, SGPS, SA, aguardando a divulgação de informação relevante ao mercado", pode ler-se no comunicado divulgado, esta manhã, pelo regulador dos mercados.

Em causa estão as notícias mais recentes sobre a venda da Cofina a um grupo de administradores da própria empresa. No final do mês passado, recorde-se, Luís Santana, administrador executivo da Cofina, confirmou que, em conjunto com outros quadros da empresa, está a preparar uma operação de management buy out (MBO, operação através da qual os administradores de uma empresa a adquirem). Na altura, Luís Santana afirmou que a proposta seria apresentada "oportunamente ao accionista" da Cofina, onde, entre outros, se inclui Paulo Fernandes.

Agora, o jornal Eco avança, citando "uma fonte que acompanha as negociações", que a operação de MBO vai envolver Cristiano Ronaldo, que deverá tornar-se accionista de referência da Cofina, embora a proposta formal ainda não tenha sido apresentada aos actuais accionistas da Cofina. De acordo com o mesmo jornal, Luís Santana e Octávio Ribeiro (antigo director do Correio da Manhã e um dos nomes envolvidos na MBO) estão a contactar potenciais investidores para financiar a operação e já haverá um acordo com o futebolista português.

O Eco avança, ainda, que o valor do negócio deverá rondar os 70 milhões de euros e que os actuais accionistas da Cofina irão manter-se no capital da empresa, embora com participações mais baixas.

O envolvimento de Cristiano Ronaldo no negócio foi, já esta sexta-feira, confirmado por Luís Santana, que esclarece que o futebolista será mesmo investidor da operação da MBO. "Contar com Cristiano Ronaldo, o melhor futebolista de sempre, um atleta de excepção que partilha os valores da exigência, do rigor, do trabalho e da resiliência, como investidor é, naturalmente, um grande motivo de satisfação para a equipa que está a desenvolver o management buy out da Cofina Media, que oportunamente será apresentado aos accionistas", disse o administrador do grupo de media, em declarações à Lusa. O responsável não confirmou, contudo, os detalhes que estão a ser avançados sobre os termos da operação.

Esta não é a primeira vez que a Cofina está envolvida em potenciais operações de venda. Ainda em Março deste ano, recorde-se, o Observador noticiava que a Media Capital, grupo que detém a TVI e a CNN Portugal, estaria em negociações para a compra da Cofina, mas o negócio acabou por ser dado por encerrado sem sucesso. Mas isto depois de, em 2020, ter acontecido o inverso: a Cofina tentou, nesse ano, comprar a totalidade da Media Capital, uma operação que também acabou por falhar.

Antes de a CMVM ter determinado a suspensão das negociações nesta sexta-feira, as acções da Cofina estavam a valorizar mais de 16%, para 36 cêntimos, um máximo de mais de três anos.

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