Jimmy Kimmel avisa: “Se alguém cometer um acto de violência, recebe um Óscar de Melhor Actor”

Monólogo de abertura confirma ausência de James Cameron e Tom Cruise da cerimónia, mas também confirma, um ano depois, quão incontornável é a agressão de Will Smith a Chris Rock nos Óscares de 2022.

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Jimmy Kimmel com bailarinos do filme "RRR" Reuters/CARLOS BARRIA
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Jimmy Kimmel no início da cerimónia Reuters/CARLOS BARRIA
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Jimmy Kimmel retira o pára-quedas Reuters/CARLOS BARRIA
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Jimmy Kimmel EPA/ETIENNE LAURENT
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Jimmy Kimmel EPA/ETIENNE LAURENT

Era inevitável. O anfitrião dos 95.ºs Óscares iria abordar o momento que marcou a edição anterior, a agressão em palco do apresentador Chris Rock pelo nomeado Will Smith, e guardou a piada para o fim do seu monólogo de abertura. Em suma, avisou: “Se alguém cometer algum acto de violência durante a cerimónia, vai receber um Óscar de Melhor Actor”. E em caso de dúvida, “façam exactamente o que fizeram no ano passado”, disse à audiência. “Absolutamente nada.”

O humorista e apresentador da ABC Jimmy Kimmel é o mestre de cerimónias destes Óscares 2023 que se realizam sob a sombra dos Óscares de 2022 e do estalo que correu mundo. No final de um monólogo de cerca de 13 minutos, lá abordou o (fantasma do) elefante na sala.

“Queremos que se sintam seguros e, mais importante ainda, queremos que eu me sinta seguro”, disse em cima do palco sob o olhar atento dos nomeados deste ano. “Temos uma política rígida esta noite. Se alguém cometer algum acto de violência durante a cerimónia, vai receber um Óscar de Melhor Actor e fazer um discurso de 19 minutos. Mas agora a sério, se alguém cometer um acto de violência durante esta cerimónia façam exactamente o que fizeram no ano passado”, disse então ao famoso público. “Absolutamente nada. Talvez até dêem um abraço ao agressor”, aludiu.

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Filme favorito levou sete dos 11 Óscares para que estava nomeado.

Reuters

Foi um monólogo ao estilo de Kimmel — nem demasiado acutilante nem sem chama, em que tocou os principais temas da noite. Aparecendo de pára-quedas (uma involuntária evocação de Ice Merchants, para os mais expectantes quanto à nomeação portuguesa) depois de um número pré-gravado com Tom Cruise, o norte-americano saudou “o ano em que o mundo saiu de casa para ver o trabalho que tantos se esforçaram para fazer” nos cinemas. Tornou palpável o entusiasmo do ramo de Actores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood pelos seus nomeados estreantes — Jamie Lee Curtis, Michelle Yeoh, Brendan Fraser, Ke Huy Quan (que minutos mais tarde venceria o Óscar de Melhor Actor Secundário) — e gozou com dois deles.

“Dois actores do filme O Rapaz da Pedra Lascada (1992), [Brendan Fraser e Ke Huy Quan] estão nomeados para um Óscar”, atentou.

E depois voltou ao espectro da pandemia, brincando com as limitações que ela impôs à indústria. “Até o pobre Steven Spielberg teve de fazer um filme sobre Steven Spielberg”, disse, para gáudio da sala a propósito de Os Fabelmans. “O negócio está a bombar”, disse sobre a recuperação (parcial) da exibição cinematográfica. Mas James Cameron não compareceu a estes Óscares, e as más-línguas dizem que é por não ter sido nomeado para o prémio de Melhor Realização, diz Kimmel.

“De facto, como é que a Academia não nomeia o tipo que realizou Avatar? Quem é que pensam que ele é? Uma mulher?”, disse sobre o facto de a lista de cinco nomes candidatos não incluir nenhuma profissional da disciplina. À lista de ausentes no Dolby Theatre junta-se Tom Cruise, nomeado como produtor por “Top Gun: Maverick — o filme que salvou o cinema. Toda a gente adorou Top Gun: Maverick”, recorda Jimmy Kimmel. “Mas os dois tipos que insistiram que fossemos ao cinema não apareceram [neste] cinema [onde se realiza a cerimónia].”

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