Será que o ministro da Saúde vai fazer greve?

O Ministério da Saúde marcou uma reunião para o dia e hora da manifestação dos médicos a ser realizada no primeiro dia da greve.

Caro leitor, escrevo-lhe porque hoje acordei com esta pergunta na cabeça.

Atente na história que lhe vou contar.

Em janeiro deste ano, a pedido dos sindicatos, o Ministério da Saúde marcou uma reunião.

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) apresentou, para essa reunião, uma proposta concreta para a revisão das grelhas salariais. Nessa proposta alertava-se o Ministério da Saúde que seria impossível reter recursos humanos se continuar a pagar a 10 euros à hora (valor líquido) a médicos especialistas no Serviço Nacional de Saúde.

Por um lado, deveríamos pugnar por médicos bem remunerados, equiparando-os a outras profissões de elevada complexidade e responsabilidade na tomada de decisão sobre a vida humana, como por exemplo, valores que hoje se observam na tabela salarial dos juízes.

Por outro lado, é inaceitável que todos os dias existam propostas de trabalho, sob a forma de prestação de serviços para hospitais e centros de saúde públicos, feitas por empresas privadas de recrutamento de recursos humanos, com valores que superam quatro e cinco vezes o montante referido acima.

Voltando à reunião de janeiro, o ministro da Saúde compareceu na reunião e adiou a discussão da proposta da Fnam, tendo marcado mais reuniões, às quais faltou. Considerando um impasse negocial, alguém marcar reuniões e depois não aparecer, a Fnam emitiu um pré-aviso de greve para os dias 8 e 9 de março.

Até aqui parece tudo uma história corriqueira de namoro não correspondido entre sindicatos e ministérios, não acha?

Eu diria que sim, mas...

Há uma reviravolta na remarcação da nova data de reunião.

O Ministério da Saúde marcou a reunião para o dia e hora da manifestação dos médicos a ser realizada no primeiro dia da greve.

Ao início achei que poderia ser desrespeito, mas quero acreditar que possa ser um sinal de que o sr. ministro da Saúde, sendo médico, irá fazer greve e aproveitar, uma vez que já lá estará, para desta vez não faltar.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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