João Galamba responde a BE: “Os contratos da TAP são todos para respeitar”

Em resposta a Catarina Martins, o ministro das Infra-Estruturas afirma que a transportadora está “numa situação económica difícil e houve um acordo de emergência assinado por todos os sindicatos”.

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João Galamba lembra que acordo foi assinado por todos os sindicatos Nuno Ferreira Santos

O ministro das Infra-Estruturas reiterou este domingo que o bónus da presidente da TAP só vai ser pago se o plano de reestruturação for "inteiramente cumprido" e acusou a coordenadora do BE de "desconhecer por completo" a situação da companhia.

"O bónus só existe se o plano for bem-sucedido. Foi isso que foi acordado em 2021 quando a actual CEO da TAP foi contratada. O bónus só será pago se for inteiramente cumprido o plano de reestruturação", afirmou João Galamba aos jornalistas, no porto das Lajes das Flores, nos Açores.

Na sexta-feira, o ministro já tinha dito que "o Estado é pessoa de bem" e que vai cumprir o que foi acordado relativamente ao bónus da presidente da TAP, se o processo de reestruturação da companhia for bem-sucedido.

Após as declarações, a coordenadora do BE criticou a frase "muito infeliz" de João Galamba sobre o bónus da presidente da TAP, recusando um "Estado pessoa de bem para a elite do privilégio", mas que corta direitos laborais "sem pestanejar".

Hoje, o ministro das Infra-Estruturas disse esperar que a "líder do BE também esteja empenhada" no sucesso da reestruturação da transportadora aérea portuguesa e criticou Catarina Martins por querer "desrespeitar contratos".

Segundo o ministro, "os contratos são todos para respeitar", sejam referentes aos trabalhadores ou à administração. "Penso que a líder do BE está enganada e mostra desconhecer por completo a situação da TAP. A TAP está numa situação económica difícil e houve um acordo de emergência assinado por todos os sindicatos. Repito: por todos os sindicatos", insistiu.

João Galamba defendeu que a alternativa à reestruturação da companhia, que está a atravessar uma "situação complicada", seria a "falência e o desaparecimento" da TAP. "Pelos vistos, a líder do BE quer desrespeitar alguns contratos, mas os contratos são todos para respeitar. Todos. Os dos trabalhadores e o da administração", vincou. E acrescentou: "Neste momento estão todos os contratos a ser respeitados e não nos podemos esquecer que os sindicatos acordaram com todos os cortes que hoje existem."

O governante prometeu que o Governo e a administração da TAP estão a "trabalhar" para que o plano de reestruturação da companhia aérea "corra bem". "Dado o volume de fundos que foi injectado na TAP, é do interesse de todos os portugueses, e penso que devia ser de todos os líderes partidários, que este plano corra bem. Se correr bem, são seguramente boas notícias para os portugueses, que fizeram um esforço muito grande", realçou.

Na quinta-feira, o Jornal Económico e a CNN Portugal revelaram que, no momento em que foi contratada, a CEO da companhia aérea, Christine Ourmières-Widene, definiu condições para que pudesse obter um bónus de três milhões de euros.

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