Pilotos dizem que verba da TAP para directores usarem Uber é “lamentável”

Companhia aérea diz que está “a rever a sua política interna de mobilidade” e que esta é “uma solução transitória”.

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TAP foi alvo de 3200 milhões de ajudas públicas Miguel Manso

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) veio esta segunda-feira afirmar que a atribuição da TAP de 450 euros por mês aos directores para usarem a plataforma Uber nas suas deslocações — noticiada pelo Correio da Manhã — é “apenas mais um acto lamentável” da gestão.

Os trabalhadores, diz o SPAC, liderado por Tiago Faria Lopes, “estão sujeitos a cortes de vencimento e de outros subsídios, nomeadamente os de transporte, pelo que se esperava alguma uniformidade nas medidas aplicadas no âmbito das reduções de custos”.

Afirmando que a administração revela “falta de sensibilidade para gerir pessoas”, o sindicato diz ser “urgente” a realização de “uma auditoria à gestão da TAP” e “a rápida conclusão do relatório da IGF” (pedido pelo Governo a propósito da indemnização de meio milhão de euros à ex-administradora Alexandra Reis). “O senhor ministro João Galamba acabou de tomar posse, mas precisa de arrumar a casa rapidamente”, conclui o SPAC.

O PÚBLICO enviou diversas questões à TAP, nomeadamente sobre a justificação desta medida, quais as vantagens, quantas pessoas eram abrangidas e até quando, mas fonte oficial respondeu apenas que a companhia está “a rever a sua política interna de mobilidade” e que esta é “uma solução transitória”.

No início de Outubro, a TAP anunciou que ia desistir de renovar a frota da administração e direcção, através da marca BMW, apesar de, conforme afirmou, isso representar uma poupança de “até 630 mil euros” por ano.

“A actual frota de renting é maioritariamente de 2017 e atinge em 2023 o máximo de prorrogações possíveis em contrato”, explicou então a companhia, para depois recuar na estratégia devido à pressão da opinião pública, com o próprio Presidente da República a falar num “problema de bom senso”.

Estavam causa, anunciou a TAP, 50 viaturas, e, depois de ter sido “feito concurso ao mercado”, a proposta da BMW “foi a que apresentou o preço mais baixo, com uma renda mensal de 500 euros”.

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