Saíram do Peru mais 14 portugueses, 41 ainda estão retidos

Grupo de oito estudantes de Medicina que estava preso em Ollantaytambo aterrou nesta segunda-feira no Chile.

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O Peru vive uma crise política e social desde 7 de Dezembro Reuters/STRINGER

Saíram mais 14 portugueses do Peru. Estavam lá retidos devido aos protestos violentos que tomaram o país. Embaixada portuguesa em Lima acompanha a situação “caso a caso”. Estudantes de Medicina retidas em Ollantaytambo voaram para o Chile, tendo pagado o próprio voo.

No domingo, foi noticiado que 11 dos 66 portugueses retidos no Peru já haviam saído do país. Nesta segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) disse ao PÚBLICO que outras 14 pessoas conseguiram o mesmo, subindo o número de cidadãos nacionais a conseguir deixar o Peru para 25. Ainda assim, 41 portugueses mantêm-se lá retidos.

“Encontravam-se retidos no Peru 66 cidadãos nacionais, sendo que, neste momento, 25 já deixaram o país. A Embaixada em Lima acompanha, caso a caso, esta situação”, declarou ao PÚBLICO o gabinete de imprensa do MNE.

O ministério tutelado por João Gomes Cravinho garante ainda estar a desenvolver “todos os esforços” para auxiliar a saída destes cidadãos. “O MNE continua a desenvolver todos os esforços para encontrar soluções que permitam um regresso rápido e em segurança dos restantes cidadãos portugueses retidos no Peru”, afirmou a mesma fonte.

Quem foge paga o voo

O grupo de oito estudantes de Medicina que estava retido na pequena cidade de Ollantaytambo faz parte do grupo de 14 portugueses que saíram nesta segunda-feira do Peru. Saíram de Lima na madrugada desta segunda-feira, dirigindo-se para Santiago, capital do Chile. Os voos, comerciais, foram pagos pelas próprias estudantes.

As oito universitárias saíram da cidade de Ollantaytambo em direcção a Cusco na noite de quinta-feira, disse ao PÚBLICO o namorado de uma delas, que tem estado a acompanhar a situação. Optaram por ir durante a noite, pois foi-lhes dito ser mais seguro. Viajaram numa carrinha por elas alugada e conduzida por um guia local.

Quando chegaram a Cusco, encontraram a cidade calma, conseguindo passear com normalidade. No sábado reabriram os aeroportos e, no dia a seguir, viajaram de avião para Lima. De lá saíram na madrugada desta segunda-feira — num voo operado pela companhia aérea chilena LATAM Airlines — com destino a Santiago, onde já aterraram. A totalidade do custo das diferentes viagens foi paga pelas estudantes. O valor rondou os 250 euros.

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A carrinha em que as oito estudantes de medicina viajaram de Ollantaytambo para Cusco DR

Na passada quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, após ter contactado as estudantes retidas no Peru, defendeu que a retirada dos portugueses devia ser feita através de uma “solução europeia”, estando o Governo a tomar diligências nesse sentido. “Não é fácil retirar isoladamente só cada uma das nacionalidades”, afirmou então.

Desde 7 de Dezembro, dia em que o Congresso demitiu o Presidente Pedro Castillo, que o Peru vive uma crise política e social. Os protestos e manifestações já fizeram 23 mortos.

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