Cinco cuidados a ter nas compras da Black Friday

Luís Pisco, da Deco, associação de defesa do consumidor, aconselha atenção redobrada durante a Black Friday. Objectivo: garantir que não sai prejudicado com as anunciadas promoções.

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É importante tirar algum tempo, e com antecedência, para monitorizar as variações de preços pré-Black Friday Sarah Silbiger/Reuters/Arquivo

Novembro é um mês marcado pelas promoções com a já omnipresente Black Friday, que, sendo oficialmente nesta sexta-feira, dia 25, se prolonga por muitos dias – antes e depois. A todos os que pretendem aproveitar as anunciadas promoções, eis cinco cuidados que deve ter para não se deixar enganar.

Monitorize os preços

É importante tirar algum tempo, e com antecedência, para monitorizar as variações de preços pré-Black Friday. Confira se o valor que vai pagar é na “verdade um desconto ou não”, como sublinhou ao PÚBLICO Luís Pisco, jurista da Deco Proteste.

Para o caso de não ter ido a tempo de fazer esta análise, existem ferramentas que o podem ajudar a verificar a realidade por trás destas promoções: Pisco aconselha uma ferramenta da casa, o comparador de preços disponível no site da Deco. Aqui, o consumidor pode pôr o link directo para o artigo, ou pesquisar pelo nome do mesmo, tendo acesso ao registo do preço ao longo do tempo, assim como do seu custo noutros pontos de venda.

Cautela com os vendedores que não se identificam

Ao realizar compras online é importante ter cuidados redobrados também com a credibilidade do vendedor. Legalmente, este tem a obrigação de fornecer informações sobre si e/ou a sua empresa, sobre o bem que está a vender e a forma como decorre o contrato.

Algumas das informações que nos devem ser fornecidas passam por um endereço físico ou forma de apresentar uma reclamação, se se chegar a esse caso, tal como informações sobre o prazo de reflexão (mínimo de 14 dias para compras feitas online).

“Estas informações são essenciais porque pode ocorrer que o vendedor se anuncie como profissional, mas que, na verdade, se trate de um particular a vender bens usados ou recondicionados”, explica o jurista da Deco. Nestes casos, relacionados com compra e venda entre dois particulares, as regras de protecção do consumidor não se aplicam.

Verifique a segurança oferecida pelas plataformas digitais

Ao realizar compras online tenha atenção à segurança que lhe é fornecida durante o pagamento. Reitera a importância de tentar sempre “fazer pagamentos apenas em sites que possuam algum tipo de encriptação”.

Existem algumas formas básicas de identificar a existência de encriptação. A primeira delas passa por verificar o endereço da página. Todos os websites possuem antes do endereço a sigla http, referente ao protocolo de transferência que possibilita que o conteúdo e dados disponíveis no site sejam visíveis. No caso de uma página possuir algum nível de encriptação, à sigla apresentada acresce um s (https).

Outra forma que sinaliza a existência de encriptação é a presença do símbolo de um cadeado do lado esquerdo do endereço do site.

Desconfie de negócios demasiado bons

Luís Pisco remete para a importância que tem o consumidor desconfiar, de alguma forma, quando as promoções parecem “demasiado boas para serem verdade”. É frequente depararmo-nos, em lojas online, com burlas. Um desses casos é quando o produto que pretendemos comprar se encontra a um preço extremamente baixo quando comparado com o preço do produto oficial, o que pode indiciar tratar-se de um produto recondicionado.

Conheça os seus direitos

Todos os consumidores que pretendam aproveitar a Black Friday através de compras realizadas na Internet não devem esquecer um direito fundamental, inexistente nas vendas tradicionais em espaços físicos. Trata-se do direito de livre resolução.

Como explica Luís Pisco, qualquer pessoa que compre online “pode anular a compra e venda, independentemente de haver algum defeito”, no prazo de 14 dias.

Este direito do consumidor permite anular o contrato sem ser necessário apresentar uma razão para a desistência. Isto deve-se ao facto de o consumidor, “no ambiente digital, não ter total noção do que está a comprar, podendo ser mais susceptível a ser enganado”, acrescenta o jurista.


Texto editado por Luís J. Santos

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