Magnata Oleg Tinkov renuncia à cidadania russa: “Detesto a Rússia de Putin”

Forte crítico de Vladimir Putin, o fundador do banco Tinkoff tem descrito a invasão da Ucrânia como um “massacre” e uma “guerra louca”. Decidiu, por isso, abandonar a cidadania russa.

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O magnata Oleg Tinkov fundou o banco Tinkoff em 2006 Reuters/Maxim Shemetov

O multimilionário Oleg Tinkov, fundador do banco Tinkoff, anunciou esta segunda-feira a renúncia à cidadania russa. Desde Abril que o magnata critica a invasão da Ucrânia, descrevendo-a como um “massacre” e uma “guerra louca”.

“Decidi abandonar a cidadania russa. Não posso, e não quero, estar associado a um país fascista que provocou uma guerra com um vizinho pacífico e que mata inocentes diariamente”, escreveu Tinkov no Instagram. “Espero que outros empresários russos sigam o meu exemplo, para enfraquecer o regime de Putin e a sua economia e levá-lo ao fracasso.”

“Detesto a Rússia de Putin, mas amo todos os russos que estão claramente contra esta guerra louca”, disse, repetindo a expressão já usada no início da guerra.

Na opinião partilhada em Abril, Tinkov, que vive há alguns anos fora da Rússia, afirmou que o país tem um “exército de merda” e que 90% dos russos estavam “contra esta guerra”. “Claro que há 10% de idiotas que escrevem Z [símbolo de apoio à Rússia na guerra], mas 10% de qualquer país são idiotas.”

À data, o banco Tinkoff sublinhou em comunicado que esta era a “opinião privada” de Tinkov, que recusou comentar, e acrescentou que o seu fundador já não era “um empregado do Tinkoff”.

O magnata cipriota deixou a presidência do Tinkoff em 2020 e deverá mesmo exigir, em tribunal, que o banco mude de nome: “Odeio que a minha marca/nome esteja associada ao banco que colabora com assassinados e sangue.”

Com uma fortuna avaliada em 647 milhões de dólares, segundo a Forbes, Oleg Tinkov nega qualquer ligação ao Governo russo e recusa a designação de oligarca. Antes da invasão da Ucrânia, a riqueza de Tinkov chegou a atingir 7,7 mil milhões de dólares.

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