Marcelo justifica apoio ao Governo com necessidade de mudanças “estruturais”

“Ainda vamos longe do fim da história” no que diz respeito à actual governação, que completa esta semana três meses, diz o Presidente citado pelo Expresso.

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António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa Nuno Ferreira Santos

Com três meses de funções já cumpridos, o Presidente da República não faz um balanço negativo do novo Governo de António Costa e justifica o apoio ao executivo com o facto de querer contribuir ainda neste mandato — o último de Marcelo Rebelo de Sousa para a resolução dos problemas “estruturais” da sociedade, avança o Expresso esta sexta-feira, referindo-se a uma conversa que teve com o Chefe de Estado.

"Há muitos problemas estruturais que não foram resolvidos. Vamos ver se contribuo para que ainda algo seja possível em termos estruturais na sociedade portuguesa”, disse o Presidente, pondo os olhos no futuro.

Segundo o jornal, Marcelo terá mesmo afirmado que “ainda vamos longe do fim da história”, assumindo que o recente ciclo de António Costa que poderá ter a legislatura mais longa da história se conseguir manter a governação não está ainda perto do fim.

Até porque, para o Presidente, a popularidade do PS, que em Janeiro conseguiu a maioria absoluta, mesmo com a desfavorável conjuntura actual — uma crise pandémica a que se segue uma crise económica impulsionada pela guerra na Ucrânia não está ainda perdida para os portugueses.

“Uma coisa é a bolha, mas a bolha não interessa nada. São milhares, e o que conta são milhões”, afirmou, referindo-se aos resultados das eleições legislativas.

As declarações vêm confirmar a vontade de Marcelo Rebelo de Sousa de manter o Governo em funções até 2026, já anteriormente expressa na tomada de posse do executivo, quando o Presidente deixou uma nota a António Costa para não ocupar um cargo europeu até lá, o que obrigaria, segundo o Presidente, a eleições antecipadas.

"Agora que ganhou e ganhou por quatro anos e meio, tenho a certeza que V. Exa. sabe que não será politicamente fácil que esse rosto, essa cara que venceu de forma incontestável e notável as eleições, possa ser substituído por outro a meio do caminho”, apontou, na altura, Marcelo.

O Presidente, que ainda recentemente defendeu a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmando que os problemas do SNS não são “da pessoa A, da pessoa B ou da pessoa C”, nem do “Governo, deste ou de outros”, apontou ainda como razões para se posicionar ao lado do Governo o facto de querer dar “espaço”, segundo o Expresso, a Luís Montenegro que recentemente foi eleito líder do PSD e se prepara para assumir os comandos da maior força da oposição no congresso marcado para 1, 2 e 3 de Julho.

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