Rússia denuncia ataque contra refinaria de petróleo

Forças enviadas por Moscovo cada vez mais próximas de capturarem a totalidade da província de Luhansk.

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As tropas russas concentraram-se em Rostov para a ofensiva no Donbass EPA/YURI KOCHETKOV

As imagens publicadas mostram um drone a despenhar-se contra a refinaria de petróleo de Novoshajtinsk, em Rostov, provocando uma grande explosão. Seguiu-se um incêndio e a paralisação do complexo industrial. O ataque não foi reivindicado pela Ucrânia, mas o governador regional de Rostov, Vasily Golubev, que partilhou vídeos nas redes sociais, acusa os ucranianos de terem enviado dois drones contra a importante refinaria.

A confirmar-se, trata-se da segunda vez que o Exército ucraniano atinge uma infra-estrutura petrolífera russa – a grande diferença é que na primeira, segunda-feira, o alvo foram plataformas petrolíferas ao largo da costa da Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014. Com o ataque a Rostov, no Sul da Rússia, perto do mar de Azov, onde as forças mobilizadas por Vladimir Putin se concentraram para a ofensiva militar no Donbass, pode ter acontecido “uma embaraçosa penetração dos sistemas de defesa aéreos russos”, escreve o diário The Guardian, notando que os drones ou foram lançados a partir da própria russa ou atravessaram território controlado pela Rússia (passando, assim, pelos sistemas de defesa).

Este ataque não fez vítimas, ao contrário de outra explosão, num depósito de munições na região russa de Vladimir, depois de uma “detonação espontânea durante uma operação de carregamento”. De acordo com o serviço de imprensa do Exército, morreram quatro pessoas, incluindo três soldados.

No sentido inverso, a Rússia avançou mais um pouco no seu objectivo de capturar o que resta de resistência ucraniana na região de Luhansk, lançando intensos bombardeamentos contra as cidades vizinhas de Sievierodonetsk e Lysychansk. De Sievierodonetsk já só escapa ao controlo russo a fábrica química de Azot, onde permanecem escondidos cerca de 500 ucranianos e alguns soldados. A conquista das duas cidades permitirá aos russos concentrarem-se nos combates em Donetsk, a província que, a par de Luhansk, integra a região conhecida como Donbass, no Sudeste da Ucrânia (parcialmente ocupada por forças pró-russas desde 2014).

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras descreveu ter provas de um “nível chocante” de “violência indiscriminada” contra civis na Ucrânia, sublinhando estar a testemunhar uma falta de esforço por parte das forças russas para proteger os civis dos seus ataques. “As feridas dos nossos doentes e as histórias que contam mostram inquestionavelmente o nível chocante de sofrimento que a violência indiscriminada desta guerra está a infligir aos civis”, declarou o coordenador de emergência dos MSF, Christopher Stokes.

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