Mubi e 11 associações pedem uma Lisboa com mais alternativas aos carros

Documento é da autoria da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta - Mubi e pede o planeamento do futuro da cidade para proteger o dia-a-dia dos cidadãos.

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Associações pedem uma melhor mobilidade na cidade Rui Gaudencio

A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (Mubi), com o apoio de 11 associações, apresentou nesta terça-feira um documento em que pede à Câmara Municipal de Lisboa (CML) que tome medidas que permita uma “mobilidade sustentável na cidade”. O traço comum é a redução do automóvel e a crescente aposta nos meios alternativos, desde as bicicletas aos transportes públicos.

A Mubi diz ainda pretender que seja planeado o “futuro da cidade, proteger o dia-a-dia das pessoas” e desenhar uma Lisboa de “forma equitativa”.

“Atravessamos hoje um momento histórico - perante a emergência climática, a poluição atmosférica que afecta gravemente as populações a ela expostas e a urgência de reduzir a dependência de combustíveis fósseis - em que são necessárias mudanças drásticas na forma como usamos a cidade de Lisboa e nela nos deslocamos”, diz o texto.

O documento, intitulado “Lisboa: Por Uma Cidade Viva e Acessível”, define “quatro eixos fundamentais para passar das palavras à acção e construir uma cidade cada vez mais acessível para quem nela se movimenta, trabalha e queira dela usufruir”.

Estes eixos traduzem-se em 34 medidas a implementar para que, diz a Mubi, se possa, “progressivamente, ter uma cidade mais humana, segura, descarbonizada, sustentável e mais preparada para fazer face aos desafios presentes e futuros”.

Entre estas medidas, constam a a cobertura de toda a cidade por zonas tarifadas pela EMEL; o agravamento do valor do estacionamento; a criação de grandes parques de estacionamento à entrada da cidade, a redução da velocidade para 30 km/h; a proibição de carros no centro histórico; oferecer três anos de passe familiar gratuito mais Gir aos residentes que façam prova do abatimento de um automóvel; ou voltar a financiar a compra de bicicletas.

“Assumindo esta urgência de passar à acção”, a Mubi pretende também “influenciar e colaborar no planeamento e as políticas de urbanismo e mobilidade na cidade de Lisboa, sugerindo um modelo de cidade que, com as devidas adaptações, poderá ser útil para outras cidades do país”.

O documento enviado ao PÚBLICO cita Inês Pascoal, presidente da Mubi, que afirma que estas recomendações “tornam-se ainda mais relevantes numa altura em que Lisboa é uma das três cidades portuguesas escolhidas para integrar as 100 cidades da missão da União Europeia com impacto neutro no clima até 2030”.

“A acessibilidade é uma condição fundamental para uma cidade justa, sustentável, estimulante e onde os recursos são usados de forma eficiente, promovendo um ambiente urbano saudável”, acrescenta Inês Pascoal.

As recomendações têm o apoio das seguintes associações: ACAM - Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, ANP

WWF - Associação Natureza Portugal, APSI - Associação Para a Promoção da Segurança Infantil, Bicicultura, Caracol POP, Cicloda, Estrada Viva, GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, Mulheres na Arquitectura, Quercus e Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável.

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