Cerca de 100 bicicletas Gira vandalizadas em quinze dias

EMEL diz que o vandalismo se tem intensificado e que vai reforçar vigilância. Há dois anos, duas pessoas foram condenadas por furto de bicicletas em Lisboa.

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Uma bicicleta que passou algum tempo com os peixes EMEL

Cerca de 100 bicicletas da rede Gira foram vandalizadas ou roubadas nos últimos quinze dias, gerando um prejuízo na ordem dos 20 mil euros para os cofres públicos. A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), que gere o sistema, garante que “a vigilância irá ser reforçada”.

Os actos de vandalismo têm sido frequentes “nos últimos meses”, informa a EMEL em comunicado, “o que tem perturbado o bom funcionamento da rede de bicicletas partilhadas de Lisboa”. Gare do Oriente, centro comercial Vasco da Gama, Praça do Município, terminal de cruzeiros, Largo Frei Heitor Pinto, Arco Cego, Av. 5 de Outubro e Av. da Igreja são as docas onde mais problemas se têm registado.

O roubo é a ocorrência mais comum e pode originar danos nas bicicletas, uma vez que elas estão acopladas às docas e só se libertam a pedido de um utilizador registado. Quando se força a sua retirada podem partir-se peças do veículo ou mesmo da doca. As bicicletas roubadas, muitas vezes já com defeitos, são abandonadas na via pública e, em certos casos, até vão parar ao Tejo.

Isto significa menos bicicletas disponíveis para os utilizadores e trabalho extra para a EMEL. As equipas “têm que se desdobrar e balancear o seu trabalho entre a gestão de verificação, recolha e reposição de bicicletas e a tentativa de recuperar as Gira furtadas”, diz a empresa municipal. Posteriormente, porque “os danos causados exigem muito tempo de reparação”, são os mecânicos que ficam sobrecarregados.

Em Setembro de 2019, a EMEL divulgou que entre Junho e Agosto desse ano tinham sido roubadas 189 bicicletas da rede Gira e que tinha havido 54 tentativas de roubo mal sucedidas. Dois homens de 18 e 19 anos, acompanhados por um menor, foram detidos então pela PSP e um deles foi mesmo condenado a pena de prisão efectiva de dois anos. “Este é o resultado de um trabalho conjunto entre a EMEL e a PSP, que pretende acabar com actos de vandalismo, que causam danos consideráveis no património da cidade de Lisboa”, dizia na ocasião a empresa.

Dois anos depois, é “com consternação” que a EMEL diz assistir a esta situação, que custa cerca de 200 euros por bicicleta aos lisboetas.

A rede Gira entrou ao serviço em 2017 e deveria ter já mais de 140 docas e 1400 bicicletas, mas problemas no fornecimento dos velocípedes atrasaram muito a operação e levaram mesmo a EMEL a rescindir contrato com a fabricante inicial, a Órbita.

Nos últimos meses o número de bicicletas nas ruas tem crescido lentamente. Em Junho abriram docas em Alcântara e Belém, alargando pela primeira vez o sistema à zona ocidental da cidade, e na semana passada entraram em funcionamento cinco docas nos Olivais, cobrindo uma parte da zona oriental que estava deficitária. Neste momento estão a funcionar 96 docas e mais de 900 bicicletas.

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