Raios-X: Manchester City, um reencontro sem Xandão e o seu calcanhar

Esta será a segunda vez que Sporting e Manchester City se defrontam nas competições europeias.

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Reuters/JOHN SIBLEY

Em poucas horas, o Sporting passou de “vá lá, podia ser pior” para “dificilmente podia ter sido pior”. No sorteio que não valeu, era para ser a Juventus, que não está a ter um bom ano, e, naquele que valeu, calhou aos “leões” o Manchester City, que não andará muito longe de ser considerada a melhor equipa da Europa. É o campeão inglês, lidera a Premier League e tem o melhor plantel e treinador que os milhões de Abu Dhabi podem pagar. Favorito? Sim, até porque os “citizens” estão desesperados por um título europeu. Invencível? Não, como demonstram as cinco derrotas sofridas já esta época.

É a segunda vez que Sporting e Manchester City se cruzam nas competições europeias, depois de se terem defrontado nos oitavos-de-final da Liga Europa, em 2011-12. Na altura, ganharam os “leões”, com Ricardo Sá Pinto no banco, graças a um triunfo por 1-0, em Alvalade, com um golo de calcanhar do central brasileiro Xandão, a que se seguiu uma derrota por 3-2 no Etihad - golos de Matías Fernández e Wolfswinkel deixaram o resultado em 0-2, e o City, com dois de Aguero e um de Balotelli, quase conseguiu dar a volta. E não fosse Rui Patrício a defender um remate de Joe Hart no último minuto, o Sporting teria ficado pelo caminho.

Dez anos depois, o City é um “animal” bem diferente. Na altura também tinha uma colecção cara de jogadores (Dzeko, Aguero, Tevez, Balotelli, Silva, Touré, Kompany, entre outros) e seria campeão inglês sob a orientação de Roberto Mancini, mas era uma equipa desequilibrada e de tracção à frente. Este City de Pep Guardiola, para além do indiscutível “upgrade” na liderança técnica, não tem nenhum ponto fraco óbvio, com craques de área a área e um estilo muito difícil de desmontar ou contrariar.

É que esta colecção de craques do City tem um propósito, não é apenas um conjunto de jogadores caros (que são). Obedecem ao estilo de Guardiola, domínio em posse e pressão alta (todos têm de saber o que fazer com a bola nos pés, incluindo o guarda-redes), sem referências ofensivas (dispensa um ponta-de-lança clássico), mas com grande mobilidade. E não é de desprezar a dose extra de motivação que terá a armada portuguesa (e Ederson) composta por Bernardo Silva, João Cancelo e Rúben Dias, todos formados no Benfica e todos com vontade de fazer vida difícil aos “leões”.

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