Mundo fecha-se a África com receio da variante Ómicron

Vários países europeus detectaram casos da nova variante. África do Sul diz que proibições de viagem punem os seus esforços de detecção da nova variante.

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Voos de países da África austral estão a ser cancelados um pouco por todo o mundo Kim Ludbrook / EPA

A descoberta da variante do vírus SARS-CoV-2, denominada pela Organização Mundial de Saúde como Ómicron, levou a uma onda de restrições de viagens de países da África austral, enquanto os primeiros casos foram identificados na Europa.

Poucos dias depois da descoberta da nova variante, foram identificados este sábado dois casos no Reino Unido, dois na Alemanha e um em Itália, todos ligados a pessoas que viajaram de países africanos. Na véspera, já tinha sido descoberto um caso na Bélgica.

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Nos Países Baixos foram detectados 61 casos de infecção por covid-19 entre 600 pessoas que chegaram a Amesterdão em dois voos provenientes da África do Sul, e estão em curso análises para apurar se se trata da nova variante.

A OMS designou a Ómicron como uma variante “de preocupação” por ser considerada mais contagiosa quando comparada com anteriores estirpes do vírus, mas ainda está por saber se gera versões mais graves da doença.

As proibições de viagens de um conjunto de países da África austral generalizaram-se ao longo do dia, com restrições aplicadas por quase todos os Estados-membros da União Europeia, EUA, Brasil, Canadá, Austrália e Japão. A lista de países afectados pelas proibições de viagem difere de caso para caso, mas África do Sul, Botswana, Eswatini, Namíbia, Lesoto e Moçambique são incluídas em quase todas as situações.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou a obrigatoriedade para todas as pessoas que entrem no país de realizarem um teste PCR até ao segundo dia da estadia e de se auto-isolarem até terem um resultado negativo.

Apesar das medidas, a comunidade científica considera que a proibição de viagens pode já ser insuficiente para impedir a circulação da variante Ómicron pela Europa, diz a Reuters.

O Governo sul-africano insurgiu-se contra as proibições de viagens, que as encara como um “castigo” por ter detectado a nova variante. As proibições, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros, “são o mesmo que punir a África do Sul pela sequenciação genómica avançada e pela sua capacidade para detectar novas variantes mais rapidamente”.

O director da Aliança de Vacinas GAVI que gere a iniciativa COVAX, Seth Berkley, apelou a uma distribuição equitativa de vacinas. “Enquanto grande parte da população do mundo continua por ser vacinada, as variantes irão continuar a aparecer”, avisou.

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