Emprego dá sinais de ligeira recuperação em Maio, mas desemprego sobe para 7,2%

Desconfinamento trouxe uma ligeira recuperação do emprego no mês de Maio, mas a taxa de desemprego voltou a subir, afectando 7,2% da população activa.

Foto
Rui Gaudencio

Depois de em Abril o emprego ter praticamente estagnado, as estatísticas provisórias dão conta de uma ligeira recuperação da população empregada em Maio – o que foi, ainda assim, insuficiente para travar a subida do desemprego para os 7,2%.

De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Abril havia mais seis mil pessoas empregadas do que em Março (um aumento de 0,1%) e a taxa de desemprego aumentou de 6,6% para 7% (números definitivos).

O mês de Maio parece ter trazido sinais de uma ligeira aceleração na criação de emprego, com mais 13.800 pessoas empregadas (uma subida de 0,3% face a Abril). Mas a taxa de desemprego aumentou para 7,2%, o que se traduziu num acréscimo de cerca de 11.000 pessoas desempregadas (dados ainda provisórios), o que poderá ter ficado a dever-se ao progressivo desconfinamento e à possibildiade de as pessoas poderem voltar a procurar emprego de forma mais sistemática, entrando assim para as estatísticas do desemprego.

Na comparação com Maio do ano passado, havia mais 161.600 empregos e o desemprego terá afectado mais 73.800 pessoas.

O alívio das medidas de restrição por causa da pandemia e o desconfinamento levaram a um decréscimo da subutilização do trabalho em Maio. A população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inactivos à procura de emprego, mas não disponíveis, e os inactivos disponíveis, mas que não procuram emprego, totalizavam 676.200 pessoas, o que corresponde a um decréscimo de 0,6% (4300 pessoas) em relação a Abril de 2021 e de 12,8% (98.900 pessoas) em comparação com Maio de 2020.

Os dados provisórios de Maio apontam para um aumento muito ligeiro da população activa em relação a Abril (0,5%) e de 4,8% em relação ao período homólogo. Já a população inactiva diminuiu em relação ao mês anterior (-0,9%) e a Maio de 2020 (-8,1%).

Com a pandemia e as restrições adoptadas ao longo do último ano a leitura da evolução dos indicadores do emprego e do desemprego publicados pelo INE tem de ser feita com alguma cautela. Por um lado, o confinamento levou a que as pessoas tivessem mais dificuldade em procurar emprego de forma activa, levando a que ficassem registadas com inactivas em vez de desempregadas. Por outro lado, os trabalhadores colocados em layoff, embora estando registados como empregados, não estiveram efectivamente a trabalhar.

Estes factores têm levado a que, apesar da crise económica, a taxa de desemprego tenha tido um crescimento bastante moderado ao longo do último ano, ficando muito abaixo dos níveis registados na última grande crise, quando a troika esteve em Portugal (2011-2014).

Sugerir correcção
Comentar