Daniel Adrião surpreso com eventual adiamento do congresso do PS

O candidato que obteve 6% dos votos contra António Costa diz que quem tem competência para adiar a reunião magna socialista é a Comissão Nacional do partido.

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Daniel Adrião saúda António Costa no congresso de 2018 Rui Gaudencio

O dirigente socialista Daniel Adrião manifestou-se neste domingo surpreso quanto a um eventual adiamento do congresso do PS, alertando que só a Comissão Nacional do partido tem competência estatutária para tomar esse tipo de decisões.

“A direcção do partido não tem competências estatutárias para o adiamento do congresso. Só quem pode decidir sobre essa matéria, depois de uma decisão da Comissão Organizadora do Congresso - que tem competência de natureza operacional para organização do congresso -, é a Comissão Nacional. A decisão política relativa a um adiamento tem de ser tomada pela Comissão Nacional do PS, e não pela Comissão Permanente ou pelo Secretariado Nacional”, afirmou Daniel Adrião à Lusa.

Daniel Adrião, que obteve 6% dos votos nas directas para secretário-geral contra António Costa, referia-se à notícia avançada neste domingo pelo jornal online Observador de que a direcção do PS vai avaliar nos primeiros dias de Julho se vai manter o congresso do partido que está marcado para 10 e 11 desse mês.

“O secretariado nacional não tem competências para decidir sobre congressos. Nenhumas. A COC foi eleita em comissão nacional, tem um mandato para organizar o congresso, e, por outro lado, a Comissão Nacional é o órgão que delibera a realização de congressos”, sublinhou.

O dirigente socialista diz-se “completamente apanhado de surpresa por estas notícias”, que o “preocupam bastante”, e vai formalmente questionar a COC sobre o assunto. “Não fui informado de nada enquanto candidato e primeiro subscritor de uma moção de estratégia política ao congresso. Devia ser previamente informado de eventuais diligências que estivessem a decorrer para o eventual adiamento. Também estranho esta questão ser colocada a 15 dias da realização do congresso”, afirmou.

Daniel Adrião reiterou as suas críticas ao modelo de congresso decidido, já “altamente condicionado pelas circunstâncias”, com divisão por 13 locais e a diminuição do número de delegados, o que prejudica as minorias, como a representada pela sua moção, assinalou.

“Quando foi decidida a remarcação para esta data, a liderança do partido sabia perfeitamente os riscos que corria ao marcar o congresso para um momento em que não se sabia exactamente qual seria a situação”, sustentou, defendendo que a reunião magna socialista devia realizar-se num “momento em que a situação pandémica estivesse inteiramente resolvida”.

Com o congresso que se realiza nos dias 10 e 11 de Julho dividido por 13 salas, em Lisboa, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, estará a mesa do congresso, os membros dos órgãos de direcção (Secretariado Nacional e Comissão Política) e os delegados eleitos pelas federações da Área Urbana de Lisboa (FAUL) e Oeste.

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