EDP quer investir 24 mil milhões até 2025

Empresa admite descer posição na EDP Renováveis até 70% para obter “dinheiro fresco”.

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Estratégia da EDP passa por duplicar duplicar a capacidade solar e eólica da empresa até 2025 Manuel Roberto

A EDP anunciou esta quinta-feira que planeia investir 24 mil milhões de euros até 2025 na transição energética, dos quais 20 mil milhões serão canalizados para projectos de eólica e solar, mas também hidrogénio verde e soluções de armazenamento de energia.

Na actualização do plano estratégico até 2025, apresentado hoje ao mercado, o presidente da eléctrica, Miguel Stilwell de Andrade, comprometeu-se a desenvolver em média 4 Gigawatts (GW) de capacidade renovável por ano, duplicando a capacidade solar e eólica do portefólio de activos do grupo para 25 GW.

O investimento em energias renováveis irá concentrar-se nos Estados Unidos e na Europa, já que no Brasil a empresa planeia uma série de venda de activos (como barragens), em torno de mil milhões de euros. O objectivo é manter o peso do Brasil no resultado operacional abaixo dos 20%.

Este “plano ambicioso” traduzir-se-á em lucros de 1,2 mil milhões de euros em 2025 (o resultado anual de 2020 foi de 801 milhões), com um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 4,7 mil milhões de euros nessa data (3,6 mil milhões em 2020). Neste período, a EDP tenciona reduzir em 100 milhões de euros os custos operacionais.

A melhoria do resultado líquido incluirá ganhos associados à estratégia de rotação de activos, que continuará a ser uma das bases do plano de crescimento nos próximos anos. A empresa pondera vender entre 1,4 e 1,5 GW de capacidade, com uma meta de 8 mil milhões de euros.

Outra forma de levantar “dinheiro fresco” para prosseguir o plano de investimento poderá ser um aumento de capital da EDP Renováveis em torno de 1,5 mil milhões de euros.

Sublinhando que o cenário ainda está a ser estudado, o presidente da EDP admitiu que a emissão, se acontecer, será colocada junto de investidores institucionais, e assegurou e que o grupo não descerá da fasquia dos 70% (tem actualmente 83% da EDP Renováveis).

A empresa tenciona manter o dividendo anual nos 19 cêntimos, mas não fecha a porta a uma melhoria da remuneração accionista.

A EDP vai pôr fim à produção a carvão em 2025 e ambicionar ser neutra em carbono em 2030, quando passa de uma produção renovável actual de 74% para 100%. Nessa data, a EDP espera ter mais 50 Gigawatts de potência renovável.

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