Na primeira conversa, Biden e Putin concordam em prolongar o tratado sobre desarmamento nuclear

Na primeira conversa com o Presidente da Rússia desde que tomou posse, o Presidente dos EUA levantou as suas preocupações com o tratamento dado ao principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny. E também telefonou ao secretário-geral da NATO, para lhe agradecer a “liderança firme”.

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Joe Biden agradeceu também a "liderança firme" do secretário-geral da NATO Reuters/KEVIN LAMARQUE

O Presidente dos EUA, Joe Biden, falou com o Presidente russo, Vladimir Putin, pela primeira vez desde que assumiu o cargo, numa chamada telefónica que serviu para manifestar as suas preocupações com vários assuntos, incluindo o ataque informático recente contra organismos de Estado, o tratamento dado ao principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, a ingerência de Moscovo em eleições e a Ucrânia. E com o o tratado sobre desarmamento nuclear a expirar em breve, os dois líderes concordaram em trabalhar para prolongá-lo.

Os dois líderes concordaram em ter as suas equipas a trabalhar para a conclusão da extensão do Novo START  (ou Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas)​ até 5 de Fevereiro, que é o dia em que o acordo expira.

Ao mesmo tempo, Biden começou a reparar a tensa aliança entre os Estados Unidos e a Europa, num telefonema para o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, em que prometeu que Washington respeitará o pacto de defesa mútua.

Assinado em 2000, o tratado limita o número de armas nucleares de cada país a um máximo de 1500 ogivas e 700 sistemas balísticos de ar, terra e mar. Donald Trump não se comprometeu com a renovação do tratado e exigiu que a China também assinasse uma nova versão, o que Pequim não fez.

“O Presidente Biden reafirmou o compromisso dos Estados Unidos com a defesa colectiva sob o Artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte, e destacou o seu compromisso com o fortalecimento da segurança transatlântica”, lê-se num comunicado da Casa Branca.

“O Presidente [Biden] agradeceu ao secretário-geral [da NATO] a sua liderança firme na aliança, e transmitiu a sua intenção de consultar e de trabalhar com os aliados em toda a gama de preocupações de segurança partilhadas, incluindo o Afeganistão, o Iraque e a Rússia”, diz o mesmo comunicado.

Sobre o telefonema entre Biden e Putin, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que os tópicos incluíram “o forte apoio [dos EUA] à soberania da Ucrânia”.

Psaki disse que Biden também falou sobre o caso de Navalny, que foi detido após o seu regresso a Moscovo, na semana passada.

O Presidente dos EUA expressou ainda a sua preocupação com as acusações de interferência russa na eleição presidencial de 2020, e com os relatos de que os russos ofereceram recompensas aos taliban para matarem soldados norte-americanos no Afeganistão.

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