Covid-19: Projecto desenvolve testes rápidos de baixo custo para detectar imunidade

Os testes irão procurar anticorpos contra o novo coronavírus no soro sanguíneo ou na saliva.

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Unidade de testes na Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa Daniel Rocha

Um consórcio de universidades e uma empresa querem desenvolver “testes rápidos e de baixo custo” para detectar a resposta imunitária ao vírus SARS-CoV-2.

O projecto TecniCov, que “obteve um financiamento de 450 mil euros da Agência Nacional de Inovação”, propõe-se desenvolver “testes inovadores, rápidos e de baixo custo, para monitorizar os anticorpos para a covid-19, no soro ou na saliva”, afirma a Universidade de Coimbra (UC) em comunicado.

Liderado por Goreti Sales, da UC, o projecto vai ser desenvolvido em parceria com equipas da Universidade Nova de Lisboa, do Instituto Superior de Engenharia do Porto e da empresa INOVA+, coordenadas, respectivamente, por Elvira Fortunato, Felismina Moreira e Raquel Sousa.

“Neste momento da pandemia, importa monitorizar com maior rapidez e menor custo os anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2, mas a eficácia deste processo depende da fase da doença em que cada indivíduo se encontra e do objectivo clínico dessa monitorização, que pode ser um simples rastreio ou uma quantificação rigorosa”, explica, citada pela UC, Goreti Sales.

O TecniCov propõe, por isso, “um conjunto de técnicas novas, independentes e complementares, adequadas aos diferentes cenários”, acrescenta a docente do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Estas técnicas “incluem tiras de teste em papel (tipo tira de urina), sistemas de fluxo lateral (tipo teste de gravidez) e sensores electroquímicos (tipo tira de diabetes), articuladas com ferramentas informáticas adequadas, que visam facilitar a interacção com o utilizador e a organização da recolha de dados”, especifica Goreti Sales.

A grande inovação deste projecto para detectar a resposta imunitária ao vírus da covid-19, de acordo com a cientista, “centra-se na utilização de materiais sintéticos de elevada afinidade para os anticorpos produzidos in vivo, que permitirão a produção de testes rápidos com elevada sensibilidade e baixo custo, enquanto asseguram uma capacidade produtiva futura destes testes à escala mundial”.

Deste modo, “espera-se que estes dispositivos sejam produzidos a baixo custo e numa escala global, cumprindo assim as necessidades globais das autoridades de saúde do ponto de vista de gestão da pandemia”.

Os testes desenvolvidos no âmbito do projecto, que tem a duração de oito meses, vão ser validados pelas investigadoras Ana Miguel Matos e Teresa Rosete, do laboratório de análises clínicas da UC dedicado à covid-19.

Os grupos de investigação envolvidos no projecto são o BioMark do Centro de Engenharia Biológica (CEB) e o CENIMAT do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (i3N).

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