Mais de 1700 operacionais mobilizados no combate a incêndios

Mais de 650 operacionais estavam, ao início da madrugada, a combater o incêndio que deflagrou na segunda-feira em Oliveira de Frades, distrito de Viseu, e que se alastrou aos concelhos de Sever do Vouga e Águeda, no distrito de Aveiro.

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Incêndio florestal em Sever do Vouga PAULO NOVAIS/LUSA

Mais de 1700 operacionais estavam na madrugada desta quarta-feira, pelas 00h50, envolvidos no combate a perto de 145 incêndios em Portugal continental, sendo o fogo que ainda lavra no concelho de Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, aquele que mobilizava mais meios.

De acordo com a informação disponível no site da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) àquela hora estavam envolvidos no combate aos incêndios (em curso, em resolução ou em conclusão) 1755 operacionais, apoiados por 575 viaturas.

Dos cerca de 145 fogos, 102 estavam no estado “em curso”, ou seja, ainda não tinham sido dominados ou circunscritos.

Um fogo que deflagrou na segunda-feira numa zona de mato localidade de Antelas, concelho de Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, era aquele que continuava a mobilizar mais meios, estando as chamas a ser combatidas por 640 bombeiros, apoiados por 217 viaturas.

Um bombeiro de 41 anos morreu na segunda-feira enquanto combatia este incêndio no concelho de Oliveira de Frades, que se estendeu aos concelhos de Sever do Vouga e Águeda, no distrito de Aveiro.

Mais de 650 operacionais combatem fogo que se alastrou a Sever do Vouga e Águeda

Mais de 650 operacionais estavam, ao início da madrugada, a combater o incêndio que se alastrou aos concelhos de Sever do Vouga e Águeda. De acordo com o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), àquela hora, encontravam-se no terreno 657 operacionais, apoiados por 228 viaturas. Segundo a mesma fonte, algumas zonas estão em “fase de rescaldo” e outras em “vigilância”.

Em declarações à agência Lusa, pelas 23h15 de terça-feira, o presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida, afirmou que a situação estava “mais tranquila” e que várias máquinas de arrasto se encontravam no local a abrir acessos às frentes activas.

Pela mesma hora, António Coutinho, presidente da Câmara de Sever do Vouga, adiantou que o incêndio se encontrava “mais ou menos calmo” e que apesar de activo em algumas zonas, durante a noite a situação poderia ficar “mais controlada”.

À Lusa, também o comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades avançou que o incêndio se encontrava “dominado” naquela zona e que, dada a moderação do vento, esta madrugada poderia ser “uma janela de oportunidade” para os operacionais no terreno dominarem as chamas, que durante o dia mobilizaram ainda 14 meios aéreos.

Pelas 19h, durante a conferência de imprensa no posto de comando situado em Sever de Vouga, o comandante operacional de Agrupamento Distrital do Centro Sul da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), Luís Belo Costa, afirmou que o incêndio tinha quase metade da área dominada. “O incêndio, neste momento, está com cerca de 40% da área dominada e alguma dela já em resolução. Os outros 60% estão ainda activos”, afirmou, acrescentando que o incêndio está a progredir de forma “mais lenta” devido à diminuição da intensidade do vento.

“A estratégia definida aponta para que durante a noite possamos empenhar os meios com o objectivo de dominar este incêndio, através de um esforço combinado com máquinas pesadas, manobras de fogo feitas por técnicos credenciados pela força especial de protecção civil e o empenhamento das forças dos bombeiros”, disse o mesmo responsável.

Apesar de ainda não haver uma estimativa da área ardida, o comandante operacional não tem dúvidas de que este será “um dos maiores incêndios do ano”. “Irá ser certamente um dos maiores incêndios deste ano, porque a olho nu, por aquilo que se vê nas áreas atingidas, consegue-se facilmente perceber que é um grande incêndio”, disse.

Questionado sobre os prejuízos, Luís Belo Costa disse que ainda não foi feito esse levantamento, mas admite que possa haver perdas de animais e culturas, e disse que se mantinha “uma vigilância e um empenhamento de meios dedicados” para proteger as aldeias que se encontram dentro do perímetro do incêndio, dando como exemplo os casos de Penouços, Hortas, Carrazedo, Póvoa e Soutelo, em Sever do Vouga.

Referiu ainda que o incêndio, com 13 quilómetros de comprimento em linha recta, está “muito partido pelos diferentes declives”, sublinhando que se trata de uma zona com “uma orografia muito complexa de acentuados declives”, com as dificuldades que isso implica.

No domingo, a ANEPC declarou a situação de alerta para 14 distritos a norte do Tejo devido ao aumento do risco de incêndio até às 23h59 desta terça-feira. Esta terça-feira, a situação de alerta foi estendida até ao final do dia de sexta-feira.

A medida abrange os distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

Face às previsões adversas, a Protecção Civil accionou para os mesmos distritos o estado especial de alerta laranja, o segundo mais grave numa escala de quatro.

Em situação de alerta é proibida a realização de queimas e queimadas e o uso de fogo-de-artifício ou de outros artefactos pirotécnicos, e são proibidos o acesso, a circulação e a permanência em espaços florestais “previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios”.

Também não são permitidos trabalhos florestais e rurais com equipamentos eléctricos como motorroçadoras, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.

O IPMA prevê para esta terça-feira no continente céu pouco nublado, aumentando de nebulosidade por nuvens altas, vento do quadrante leste, por vezes forte nas terras altas, e uma pequena descida da temperatura máxima na região Sul.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 11 graus Celsius (em Bragança e na Guarda) e os 21 (em Lisboa e Faro) e as máximas entre os 25 (na Guarda) e os 37 (em Santarém).

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