Temps D’Images regressa em 2020 pela primeira vez dividido em duas datas

Festival em Lisboa vai passar a decorrer a partir do final de Maio e do final de Outubro. Programa da 17.ª edição vai prolongar-se, a partir de 12 de Dezembro, com o Festival Loops no Museu do Chiado.

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O festival deste ano abriu com a performance Home is where your heart is, de Vasco Mendonça DR

A 18.ª edição do Festival Temps D'Images vai decorrer em 2020, pela primeira vez, em dois momentos do ano, no final de Maio e início de Junho, e no final de Outubro, início de Novembro, revelou esta terça-feira a directora artística.

Contactada pela agência Lusa para um balanço da 17.ª edição do festival multidisciplinar, que encerrou no domingo, Mariana Brandão avançou que, no próximo ano, “será a primeira vez na sua existência que o Temps D'Images se desdobra em dois momentos”.

Sobre os motivos desta alteração, já que o certame se apresenta habitualmente ao longo de um único mês em mais de uma dezena de espaços da capital, Mariana Brandão justificou: “O objectivo é para nos articularmos com o calendário da oferta cultural em Lisboa, e optimizar os resultados o mais possível para favorecer o trabalho dos artistas, e a fruição por parte do público”.

Questionada sobre se esta mudança no formato temporal será um teste ou definitivo, respondeu que, “em princípio, é para manter”. “Implica um esforço adicional, porque temos de multiplicar a comunicação e a parte técnica, mas a equipa mantém-se. No entanto, entendemos que será benéfico para todos. Pensamos que o que faz sentido é articular esforços, e não sobrepor oferta cultural”, sustentou.

A 17.ª edição do Festival Temps d'Images iniciou-se em 1 de Novembro, com a estreia da performance Home is where your heart is, de Vasco Mendonça, e terminou no domingo, com criações de vários artistas, entre as quais Religião e Moral, de Maria Gil e Miguel Bonneville, em estreia absoluta. Ao longo de um mês, o certame apresentou 20 espectáculos, nove em estreia absoluta, e deu carta-branca a Paulo Furtado para celebrar a cinematografia nacional do século XXI.

Questionada sobre o balanço de público do festival, Mariana Brandão disse que “os números ainda não estão fechados, porque ainda vai decorrer o Festival Loops, mas deverá andar à volta dos 1.500 espectadores, que é a média dos últimos anos”.

A directora artística do festival avaliou que o balanço foi “muito positivo”, com “algumas surpresas agradáveis nas sessões de cinema do Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, com taxas de ocupação de salas muito simpáticas, algumas lotações esgotadas e uma ocupação que satisfez. “Tendo em conta que muitos dos trabalhos foram estreias absolutas, ficámos muito contentes com a diversidade do programa e com o facto de termos atingido um espectro grande em termos de peças”, acrescentou.

O Loops.Lisboa desta edição não terá um prémio, como habitualmente, porque será “uma espécie de balanço comemorativo do que é o festival”. Esta parte da programação ligada ao festival é este ano assinada por Irit Batsry e Alisson Avila, que estendem o certame no tempo para abordar o loop, uma forma de cinema. Desta vez, decorrerá com uma instalação de Bruce Nauman e um filme de Marcel Duchamp no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, que poderão ser vistos de 12 de Dezembro a 1 de Março.

O Temps D'Images envolveu nesta edição 15 espaços culturais da capital para acolher os espectáculos de dança, teatro, vídeo, música, documentário, filme e performance deste festival fundado por António Câmara Manuel. Alexandre Pieroni Calado e João Ferro Martins, Carlota Lagido, Rita Barbosa, Né Barros e João Martinho Moura, Sara Vaz & Marco Balesteros, Julián Pacomio & Ángela Millano, Frederico Barata, Francisca Manuel com Eduardo Breda, e Adaline Anobile foram alguns dos artistas que marcam presença na edição deste ano do evento.

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