Lordes vão aprovar proposta que trava “Brexit” sem acordo

Debate na câmara alta prolongou-se durante a madrugada, mas parlamentares comprometeram-se a reenviar diploma para os Comuns.

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Na segunda-feira deve ficar concluído o processo de aprovação da lei que trava "Brexit" sem acordo EPA/NEIL HALL

Não será a Câmara dos Lordes a inviabilizar a proposta de lei que trava um “Brexit” sem acordo. Após um longo debate que se estendeu pela madrugada desta quinta-feira, os lordes prometeram viabilizar hoje o diploma, permitindo que chegue à rainha para ser formalizado.

Especulava-se que os lordes pró-“Brexit” pudessem tentar utilizar disposições parlamentares para adiar o voto sobre a proposta, de forma a que ultrapassasse o período que antecede a suspensão do Parlamento, na próxima terça-feira. Mas por volta da 1h30 desta quinta-feira foi anunciado um compromisso para os lordes aprovarem a proposta esta tarde e devolvê-la à Câmara dos Comuns.

Espera-se que os deputados discutam as alterações feitas pelos lordes na segunda-feira e encaminhem o diploma de imediato para a rainha.

Segundo a BBC, os lordes devem dar luz verde à proposta quando se reunirem esta tarde, às 17h.

“Foi uma noite e tanto. Foi um longo debate, e estou grata aos nobres lordes que mantiveram o rumo, o que mostra a importância do trabalho que fazemos, mas também das questões que estamos a debater”, disse a líder da bancada trabalhista, Angela Smith.

Na quarta-feira, a oposição contou com o apoio de 21 deputados rebeldes do Partido Conservador para aprovar um diploma que impeça que o Reino Unido abandone a União Europeia a 31 de Outubro sem um acordo que regule alguns aspectos imediatos da relação entre ambos, como, por exemplo, a fronteira física com a Irlanda.

A aprovação da medida é vista como uma derrota pesada para o Governo de Boris Johnson, que queria levar para as negociações com Bruxelas a possibilidade de uma saída britânica sem acordo. Johnson deverá fazer uma declaração em que irá delinear “a escolha vital” que o país enfrenta, segundo a BBC, que cita um porta-voz de Downing Street.

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