Constâncio volta a prestar declarações aos deputados no dia 18

O antigo governador do Banco de Portugal vai voltar à comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos para explicar aos deputados a aprovação dos créditos a Joe Berardo.

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Constâncio vai explicar diferentes informações LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Vítor Constâncio vai voltar a ser ouvido pelos deputados da comissão de inquérito parlamentar à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) na próxima terça-feira, dia 18, por causa do conhecimento que tinha ou não da operação de crédito concedido a Joe Berardo, que serviu para aumentar a participação do investidor no BCP.

A audição de dia 18 de Junho surge após o desejo manifestado pelos deputados de questionarem o antigo supervisor sobre as diferenças de informações que prestou no Parlamento e a notícia do PÚBLICO desta terça-feira, que dá conta de que após dois meses em análise nos serviços do Banco de Portugal (BdP), o então governador do supervisor bancário teve acesso, ainda no Verão de 2007, ao documento com a informação completa sobre o pedido de José Berardo de compra de uma posição até 9,99% do maior banco privado português, o BCP, onde na altura já possuía 3,88%.

De acordo com a notícia, apesar de Constâncio não ter estado na reunião do conselho de administração que autorizou a operação, esse documento tinha todos os detalhes sobre a operação de financiamento directo da Caixa de 350 milhões de euros, sem dar garantias reais sólidas, apenas com promessa de penhora das acções (títulos especulativos) a adquirir.

Da primeira vez que foi à CGD disse não ter conhecimento de práticas irregulares no banco público: “Nunca me foi reportado. Ficaria surpreendido se práticas irregulares na Caixa tivessem acontecido. Era gravíssimo”, disse. E explicou a sua limitação, enquanto supervisor, para travar a concessão de créditos. “A supervisão não pode evitar nem anular qualquer decisão de concessão de crédito, mesmo se demasiado arriscada. A supervisão não pode evitar que decisões de crédito eventualmente erradas levem a perdas grandes ou pequenas nas instituições de crédito”, disse no início da sua audição, repetindo nas respostas aos deputados que “é a lei”, defendeu na altura.

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