BE é a terceira força, excepto em Évora, Portalegre e Madeira

Melhor resultado do BE é no distrito de Coimbra, de onde a cabeça de lista Marisa Matias é natural.

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Catarina Martins considerou que o BE teve um resultado “extraordinário” Andreia Carvalho

Embora os resultados destas eleições europeias ainda não estejam completamente fechados, já é possível perceber que o Bloco de Esquerda só não é a terceira força em dois distritos, Évora e Portalegre, e também na Região Autónoma da Madeira.

De uma forma geral e no mapa dos diferentes distritos, os votos colocam o PS à frente, o PSD em segundo lugar e, depois, o BE. Quais são as excepções a esta distribuição? O distrito de Évora, onde o PS lidera (34,89%), seguindo-se a CDU (20,29%), o PSD (12,26%) e, só depois, o BE (9,26%).

No distrito de Portalegre, o PS também surge em primeiro lugar, com 42,33%, seguindo-se os sociais-democratas (14,54%), a CDU (12,58%) e, finalmente, o BE (7,87%). Na Madeira, quem lidera é o PSD (37,15%), segue-se o PS (25,81%), a CDU (8,08%) e o BE (5,29%).

No distrito de Setúbal, o BE continua a ser a terceira força, mas fica atrás da CDU — a ordem é PS (34,81%), CDU (17,14%) e BE (11,87%). No de Vila Real, o PSD lidera (35,79%), o PS surge em segundo (34,08%) e, depois, o BE (6,65%).

Para já, o melhor resultado do BE é no distrito de Coimbra — 13,01% e 16.789 votos. O pior é na Madeira.

Dentro do distrito de Coimbra, na freguesia de Vila Seca e Bem da Fé — da qual faz parte Alcouce, de onde Marisa Matias é natural —, o BE é mesmo a força mais votada, com uma percentagem de 45,82% e 181 votos.

Neste momento, quando ainda falta apurar o voto em alguns consulados, o Bloco soma 325.368 votos, o que representa uma percentagem de 9,82% (e dois eurodeputados).

Não é o melhor resultado do partido em europeias, mas, ainda assim, o BE dobrou os valores de 2014, quando registou 149.433 votos (4,56%).

O melhor resultado do partido em eleições europeias aconteceu em 2009, com 382.667 votos e uma percentagem de 10,72%.

Em 2004, o BE somou 167.313 votos (4,91%) e elegeu um eurodeputado e, em 1999, não elegeu ninguém (61920 votos — 1,79%).

Na noite de domingo, o BE festejou os resultados destas europeias no Teatro Thalia, em Lisboa. A sala, que não é especialmente grande, esteve composta, embora os militantes fossem entrando e saindo, consoante as projecções que iam sendo conhecidas e em função também de quem ia discursando.

Falaram Jorge Costa, o director de campanha, e Marisa Matias, a cabeça de lista. A última palavra da noite coube à coordenadora do partido, Catarina Martins. O BE salientou a derrota da direita, o início de um novo mapa político à esquerda, e considerou que tinham sido alcançados os objectivos de aumentar a representatividade do partido no Parlamento Europeu, com a eleição de José Gusmão (mesmo sem eleger Sérgio Aires).

Quem também marcou presença nos festejos do BE, no Teatro Thalia, foi o ex-vereador bloquista Ricardo Robles, que se demitiu do cargo depois de uma polémica que envolveu a compra de um prédio em Alfama e na qual foi acusado de promover a especulação imobiliária, contrária à bandeira da habitação do partido. Numa noite que já se esperava de festa, Ricardo Robles, que até então esteve afastado das actividades do partido e nem à última convenção foi, reapareceu e celebrou, mas discretamente.

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