BE festeja dois eurodeputados e celebra-se como terceira força política nacional

BE dá como certa eleição de José Gusmão, que, assim, se vai sentar com Marisa Matias no Parlamento Europeu. Partido diz ter cumprido os objectivos traçados.

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Bloco terá mais um deputado no Parlamento Europeu LUSA/JOÃO RELVAS

O Bloco de Esquerda voltou a conhecer, no domingo à noite, aquele sentimento de festa que já tinha experimentado em 2015, quando, em contexto de eleições legislativas, se inscreveu no mapa político nacional como terceira força. Os motivos para celebrar foram agora a confiança de que o partido passará de um para dois eurodeputados no Parlamento Europeu, inscrevendo-se, também nestas eleições europeias, como a terceira força política. Marisa Matias deixa, assim, de estar sozinha no Parlamento Europeu para ter a companhia de José Gusmão.

À hora de fecho desta edição, os resultados finais ainda não eram conhecidos, mas o BE deu como certo, nos discursos que fez, a eleição dos dois eurodeputados.

A última palavra da noite coube à coordenadora do partido, Catarina Martins, que falou num “extraordinário resultado” do BE, que considerou que “a leitura nacional destes resultados está à vista”, que a direita foi “penalizada” e que cabe agora à esquerda a “responsabilidade de estar à altura das expectativas”, seja no Parlamento Europeu, seja na Assembleia da República.

Para Catarina Martins, a “derrota” da direita nestas eleições é um “sinal claro” da forma como não está a responder aos problemas das pessoas, em várias áreas. Mas não só, significa também que a luta está noutro campo: “A disputa política está nos projectos que a esquerda tenha capacidade para apresentar e é por isso que estas eleições, como disse e bem a Marisa Matias, reconfiguram o mapa político. O debate está em aberto sobre o emprego, a saúde, as pensões, sobre a habitação, o clima, e é a esquerda que vai definir esse debate”, salientou Catarina Martins.

“O BE cresceu em percentagem, cresceu em votos, e cresceu em todo o território, de norte a sul, do litoral ao interior, e é hoje a terceira força política do país, com mais força, mais capacidade e, por isso mesmo, com mais responsabilidade”, vincou ainda, notando que “Portugal vai ter a Marisa Matias e o José Gusmão” no Parlamento Europeu “a defender quem trabalha, quem trabalhou toda uma vida, quem puxa por este país, e quer mais justiça”.

Nos discursos que tomaram conta da sala do Teatro Thalia, em Lisboa, Catarina Martins não foi a única a salientar o facto de o Bloco ser, no xadrez desenhado nesta noite eleitoral, a terceira força política nacional. Disse-o também a cabeça de lista, Marisa Matias, e disse-o o deputado e director de campanha, Jorge Costa.

Mas Marisa Matias disse mais: salientou que o Bloco de Esquerda nunca traçou metas concretas, por considerar que os votos são das pessoas, mas conseguiu o objectivo a que se propôs — aumentar a representação do partido no Parlamento Europeu. “O mapa político da esquerda já está a mudar”, acrescentou, reforçando a mensagem que já tinha passado no encerramento da campanha e perante uma sala que irrompia em palmas em vários momentos.

Também o bloquista Jorge Costa sublinhou igualmente a “derrota profunda da direita” e apontou para “o início da alteração do mapa político”, que reforça o partido como “alternativa forte” e reforça ainda, defendeu, a própria esquerda, em próximas eleições.

Noutras eleições europeias, o ano em que o Bloco de Esquerda conseguiu mais mandatos foi em 2009 — três eurodeputados.

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