Ordem dos Médicos do Centro denuncia atrasos superiores a um ano em exames em Coimbra

Presidente da secção Centro da Ordem dos Médicos afirma que o equipamento para a realização de ressonâncias magnéticas tem mais de 15 anos, "o que provoca avarias constantes".

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paulo pimenta

Os atrasos na realização de exames de ressonância magnética no Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC) chegam a ser superiores, em alguns casos, a um ano e meio, denunciou esta segunda-feira a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

"O equipamento do polo dos Hospitais da Universidade de Coimbra está obsoleto, com mais de 15 anos, o que provoca constantes avarias e já não tem capacidade de resposta para auxiliar o diagnóstico atempado de patologias que atingem os órgãos e tecidos de todo o corpo", refere a estrutura, em comunicado enviado à agência Lusa.

Excluindo os pedidos considerados mais urgentes (essencialmente patologia tumoral), a secção regional refere que os exames de ressonância magnética gerados na consulta externa do CHUC estão a ser marcados para Dezembro de 2019, no caso de exames de neurorradiologia (principalmente de patologia da coluna/radicular e esclarecimento de cefaleias), Agosto de 2019, nos exames de corpo do Hospital Pediátrico (essencialmente patologia músculo-esquelética), e, também para Agosto de 2019, nos exames de corpo de adultos.

"É muito grave o que está a acontecer. Acresce a esta chocante inoperacionalidade, o facto de o equipamento do Hospital dos Covões sofrer constantes avarias (já mais de mês e meio de paragem este ano)", denuncia o presidente da secção Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, citado no comunicado.

Trabalho aos sábados

Para minorar os efeitos gravosos, "a ocupação dos equipamentos, que é feita habitualmente num período alargado das 08:00 às 20:00 (o que permite a realização de 22 exames feitos por dia, cinco dias/semana), está a ser realizada, desde Agosto deste ano, também aos sábados, de forma a dar resposta à crescente lista de espera dos utentes", acrescenta.

Para Carlos Cortes, o ministério da Saúde tem "a obrigação ética e moral de resolver esta situação que está a prejudicar os doentes da região Centro". "É absolutamente degradante a forma como os doentes estão a ser esquecidos no diagnóstico atempado de patologias degenerativas e incapacitantes", sublinha.

A agência Lusa pediu um comentário sobre a situação ao CHUC, mas até ao momento não obteve reacção.

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