Médicos alertam para menor capacidade de formação de cirurgiões em hospital de Coimbra

Ordem dos Médicos do Centro volta a denunciar "dificuldades nas urgências no pólo hospitalar dos Covões".

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CARLA CARVALHO TOMAS

A diminuição da capacidade cirúrgica do Hospital dos Covões pode prejudicar a resposta do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) na formação de cirurgiões, fez saber nesta segunda-feira a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (OM), que já tinha alertado para este problema. 

O Colégio de Cirurgia Geral da OM confirmou "a diminuição da capacidade de resposta cirúrgica no Hospital Geral", conhecido por Hospital dos Covões e que integra o CHUC.

A "gravidade da situação", já anteriormente reportada à OM, resulta da "falta de capacidade de resposta cirúrgica e de cumprimento dos requisitos mínimos nalguns turnos" nas urgências dos Covões, "por redução recente do número de especialistas e também por redução de salas de operações disponíveis e de camas em enfermarias", adianta a estrutura regional presidida por Carlos Cortes, em comunicado.

Neste mês, "voltam a ocorrer dificuldades nas urgências no pólo hospitalar dos Covões, uma vez que não há o número mínimo de cirurgiões necessários para desempenhar" tais funções, sublinha.

"É com enorme apreensão que recebemos a avaliação do colégio da especialidade. Se a capacidade de formação de cirurgiões no CHUC for reduzida, estaremos a enfrentar uma das maiores dificuldades neste hospital, resultando em consequências nefastas para os utentes", alerta Carlos Cortes, citado na nota, lamentando "a escassez de cirurgiões" nas equipas das urgências dos Covões.

O dirigente da Ordem dos Médicos critica o que designa como "uma gestão inqualificável" neste domínio, uma vez que "não existe um adequado atendimento integrado entre os vários serviços de urgências, ao contrário do que é sistematicamente difundido pelos responsáveis" do hospital.

Na sua opinião, perante "constrangimentos inaceitáveis", importa, no âmbito do concurso que está a decorrer e que contempla duas vagas para o Centro Hospitalar e Universitário, "colocar dois cirurgiões neste pólo dos Covões e reabrir camas de modo a suprir as necessidades mais prementes para manter a actividade operatória normal e necessária".

"Se a administração do CHUC não pugnar pelos requisitos mínimos definidos pelo respectivo colégio da especialidade, a Ordem dos Médicos terá de redefinir a capacidade formativa a jovens cirurgiões, advindo daí consequências nefastas na assistência aos utentes e no funcionamento do próprio hospital", avisa.

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