Está a terminar a consulta pública sobre a expansão do metro

Projecto prevê a construção de estações novas na Estrela e em Santos, transformando as linhas verde e amarela numa única, circular.

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O projecto da linha circular não é consensual Margarida Basto

Termina daqui a uma semana a consulta pública sobre o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) das obras de expansão do Metro de Lisboa, que, até esta segunda-feira à tarde, mais de um mês depois de começar, tinha recebido 20 participações de cidadãos. Qualquer pessoa pode dar opinião sobre o EIA, bastando para tal aceder a www.participa.pt e registar-se.

A consulta pública decorre entre 11 de Julho e 22 de Agosto, apanhando muitos portugueses a banhos, o que ajudará a justificar o número relativamente baixo de participações recebidas até agora. No portal Participa está disponível o EIA, um resumo não técnico e vários anexos.

Nesses documentos se explica que a criação de uma linha circular no metro, ligando o Rato ao Cais do Sodré e construindo estações na Estrela e em Santos, visa, sobretudo, convencer quem agora entra em Lisboa de carro a deslocar-se de transportes públicos. Até porque, argumenta-se no relatório do EIA, a linha circular vai “permitir uma circulação mais cómoda por não haver necessidade de troca de linha, por exemplo, nas estações da Baixa/Chiado e do Marquês de Pombal”.

A administração do metro, o Governo e a câmara de Lisboa justificam a necessidade de uma linha circular com o facto de o Cais do Sodré ser uma interface de transportes muito procurada e não ter uma ligação directa, por metro, às principais zonas de emprego da cidade – Marquês de Pombal, Saldanha e Entrecampos, para onde está a ser desenhado um plano urbanístico que inclui “um centro de escritórios de alta qualidade”.

Os moldes em que foi desenhada esta expansão têm, no entanto, motivado apreensão e críticas de diversos sectores. O presidente da câmara de Loures defende como prioritário o prolongamento do metro até ao seu concelho. Em Odivelas não se vê com bons olhos o encurtamento da linha amarela, que funcionará apenas entre Odivelas e Telheiras, obrigando muitos a um transbordo no Campo Grande. E são já várias as petições públicas e artigos de opinião de engenheiros e especialistas em transportes que pedem ao executivo que reconsidere o projecto, cuja abertura ao público está prevista para o final de 2021 ou princípio de 2022.

Durante a obra, as linhas de eléctrico e comboio paralelas à Avenida 24 de Julho terão de ser desviadas para se construir a ligação entre a futura estação de Santos (na Av. D. Carlos I) e a estação do Cais do Sodré. Estão ainda previstos constrangimentos no tráfego noutros pontos do percurso, bem como ruídos, poeiras e vibrações de prédios nas zonas da Estrela, São Bento e Santos.

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