Mário Machado quer presidir à Juve Leo. E diz que vai anunciar a sua candidatura num clube... que desmente

A direcção do clube desportivo confirma a realização de um almoço onde estará Mário Machado, ex-líder da Frente Nacional, mas afasta a possibilidade de ser apresentada qualquer candidatura.

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O antigo dirigente de movimentos ligados à extrema-direita já esteve preso por discriminação racial e ofensa à integridade Enric Vives-Rubio

Mário Machado, ex-líder da Frente Nacional, anunciou nesta quinta-feira que iria apresentar a sua candidatura à presidência da claque sportinguista Juventude Leonina (Juve Leo) nas instalações do Boa Hora Futebol Clube, em Lisboa, no próximo sábado, dia 9 de Junho. No entanto, a direcção do clube desportivo veio desmentir que esteja marcada qualquer conferência dentro dos seus espaços, garantindo ainda nem sequer ter sido contactada pelo potencial candidato.

Horas antes, no Facebook, Mário Machado tinha anunciado que iria apresentar a candidatura pelas 15h, já depois do “almoço patriota”, “dentro das instalações do Boa Hora FC” onde o antigo dirigente de movimentos ligados à extrema-direita pretendia também apresentar o NOS, o novo partido nacionalista criado por este ex-líder da Frente Nacional.

Num comunicado enviado ao PÚBLICO, a direcção da associação desportiva Boa Hora Futebol Clube asseverou que “não se encontra marcado nenhum evento com essas características para essa data e hora, ou para outra data e hora qualquer, nas instalações”.

O documento sublinha ainda que nem Mário Machado, “que não conhecemos pessoalmente, nem alguém em sua representação, contactou o nosso clube a fim de realizar nas nossas instalações qualquer tipo de evento”.

Em declarações ao PÚBLICO, José Ramos, presidente da direcção do Boa Hora Futebol Clube, explicou que o almoço marcado por Mário Machado para a apresentação do seu novo movimento manter-se-á para as 12h, mas que qualquer evento que inclua uma apresentação à comunicação social terá de ser feita fora dos espaços da associação desportiva. “Temos boas relações com os clubes e isso pode gerar mal-entendidos”, justificou.

Mário Machado cumpriu seis dos dez anos de prisão previstos no cúmulo jurídico fixado em 2012 pelo Tribunal Criminal de Loures, tendo sido libertado em 2017. Foi condenado em quatro processos ligados a acusações de discriminação racial, coacção agravada, posse ilegal de arma e ofensa à integridade física qualificada, sendo o mais “mediático” o do assassinato de Alcindo Monteiro, cidadão português de origem cabo-verdiana, espancado até à morte em 1995, no Bairro Alto, em Lisboa.

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