CDS quer ministro da Administração Interna na AR a explicar aluguer de meios aéreos

Contratação por ajuste directo para aluguer de helicópteros vai custar 11,5 milhões de euros para um ano - quase tanto como estava previsto para dois anos. Governo argumenta que as aeronaves são maiores e transportam mais água

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O CDS vai requerer a ida do ministro da Administração Interna ao Parlamento para explicar o valor que o Governo vai pagar pelos meios aéreos e que "é o dobro da proposta inicial", afirmou o deputado Telmo Correia.

O deputado reagiu desta forma à notícia divulgada neste sábado pelo Expresso, segundo a qual "os 28 helicópteros ligeiros que o Governo contratou na semana passada por ajuste directo para combater os fogos de 2018 revelam-se um negócio custoso para o erário público".

"Os quatro contratos agora celebrados com quatro empresas ascendem a pouco mais de 11,5 milhões de euros, valor acima do montante que o Estado contava gastar na alocação daquelas aeronaves. No segundo concurso, o valor era de 15,7 milhões de euros (para 2018 e 2019). Dividindo por dois, obtém-se um valor de 7,85 milhões de euros por ano, o que torna os ajustes diretos 47% mais caros."

Para o deputado centrista, "o Governo está a adquirir os meios por quase o dobro da previsão inicial e vai ter de explicar isso no Parlamento". Por esta razão, o CDS entregará na segunda-feira um requerimento a solicitar a ida do ministro da Administração Interna à comissão parlamentar para que este possa explicar "a forma negligente como o Governo está a gerir esta matéria".

Eduardo Cabrita nega

O Ministério da Administração Interna enviou uma nota às redacções argumentando que este ano o país terá "mais meios aéreos, com mais disponibilidade ao longo do ano e a menor custo". O gabinete de Eduardo Cabrita explica que o custo diário para a operação de meios aéreos deste ano é 18,5% abaixo do que foi gasto, em média, no período entre 2013 e 2017.

"Mesmo com recurso ao ajuste directo e com meios de maior capacidade, foram conseguidos preços inferiores em 9,3% (menos 1,2 milhões de euros) face às propostas mais baixas do concurso público e inferiores em 21,3% face às mais altas (menos 3,1 milhões de euros) no que diz respeito ao aluguer dos helicópteros", especifica.

Sobre as alterações às aeronaves contratadas, o ministério diz que "os oito helicópteros ligeiros [previstos nos concursos iniciais] foram substituídos por oito médios que transportam 47% mais água e mais 60% de operacionais face aos ligeiros".

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