Gulbenkian é a casa de 22 artistas lusófonos

É arte contemporânea de língua portuguesa e está na Fundação Calouste Gulbenkian. Até 26 de Maio, há “Ocupações Temporárias – Documentos” para ver em Lisboa

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Tatiana Macedo
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Esta não é uma exposição tradicional: não há apenas quadros pendurados nas paredes com a respectiva legenda, nem sequer um percurso aconselhado. Há um mural com cerca de 40 metros, do artista moçambicano Shot-B, que levou dez dias a pintar, dois painéis com colagens do angolano Paulo Kapela e, até, uma página de Facebook reinventada pelo rapper Azagaia.

 

“Ocupações Temporárias – Documentos” é o resultado do programa Próximo Futuro, coordenado por António Pinto Ribeiro: 22 artistas lusófonos ocuparam, nos últimos anos, espaços públicos em Maputo (2010, 2011 e 2012) e no Mindelo (2013). Agora é a vez da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, receber os trabalhos apresentados naquelas cidades africanas e pensados para elas. Angola deve ser o próximo destino das “Ocupações”.

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As obras expostas assumem vários formatos — a impossibilidade de ter todos os originais assim o exigiu. Há documentos e fotografias das obras, réplicas (trabalhos de Mauro Pinto e Camila de Sousa) e originais pensados para o espaço da Gulbenkian (caso do mural de Shot-B e do vídeo de Rui Tenreiro). Este é “o testemunho documental de um processo, um arquivo recente físico, com os objectos ou as suas réplicas”.

 

A montagem da exposição foi, segundo a curadora Elisa Santos, “muito peculiar”. Isto porque o projecto Ocupações Temporárias nasceu da falta de espaços museológicos em Maputo, o que não se verifica na Fundação Gulbenkian. Transformar a galeria de exposições temporárias num espaço ocupado foi o maior desafio.

 

A exposição pode ser visitada até 26 de Maio, de terça a domingo (entre as 10h e as 18h) e a entrada é gratuita, assim como todas as visitas guiadas (20 de Abril, 11 e 25 de Maio, sempre às 16h).

 

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