Galeria Zé dos Bois chega à maioridade com Thurston Moore

Residência artística do guitarrista dos Sonic Youth culmina em Outubro. ZDB celebra 18 anos com "teimosia, determinação, resistência e vontade" (e Le1f, Negativland, e muito mais)

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Thurston Moore actua a 4 de Outubro com Gabriel Ferrandini e Pedro Sousa Miguel Manso

Uma residência artística do guitarrista norte-americano Thurston Moore, fundador dos Sonic Youth, abrirá, em Outubro, a programação da Galeria Zé dos Bois, para comemorar 18 anos de existência, no Bairro Alto, em Lisboa, informou a associação cultural.

A residência artística de Thurston Moore, músico que esteve em Março em Portugal, culminará com um concerto a 4 de Outubro com os portugueses Gabriel Ferrandini e Pedro Sousa. “A programação resume o trabalho que temos vindo a fazer, e apresenta as diferentes actividades que reflectem sobre música, artes visuais, artes performativas, cinema”, disse à agência Lusa Marta Furtado, uma das programadoras da ZDB.

Na área da música, a programação incluirá o saxofonista alemão Peter Brotzmann, com a formação Full Blast, no dia 15, o colectivo norte-americano experimental Negativland, no dia 21, ou o rapper Le1f, um dos nomes com destaque no seio da “cultura queer”. Nas artes visuais, no dia 19, é apresentada a exposição colectiva “Tem calma o teu país está a desaparecer”, com as presenças de João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Gabriel Abrantes ou Filipe Felizardo, juntando artistas com quem a ZDB tem uma relação próxima de criação e reflexão cultural.

Nas artes performativas, a associação estreará “Um espectáculo para os meus compatriotas”, de Rui Pina Coelho, com encenação de Gonçalo Amorim. Na área do cinema, estará em destaque o trabalho do realizador e artista plástico Gabriel Abrantes, com a exibição de várias curtas-metragens. No dia 26, acontecerá “Isto até podia ser nada mas não é qualquer coisa”, desafio da Zé dos Bois a vários artistas, ainda não anunciados, para reflectir sobre os 18 anos.



Para Marta Furtado, a data da maioridade da ZDB significa “teimosia, determinação, resistência e vontade”, porque, para a associação cultural, o contexto onde se inseriu “sempre foi difícil”. Em 1994, ano em que Lisboa foi Capital Europeia da Cultura, surgiu no Bairro Alto um espaço cultural no antigo Palácio Baronesa de Almeida, vocacionado para a pesquisa, criação e promoção da arte contemporânea, da música às artes plásticas. Nestes 18 anos, a ZDB acolheu residências artísticas, alargou-se ao teatro e à dança e marcou a agenda cultural do Bairro Alto, introduzindo uma programação regular numa área urbana onde quase só predominavam espaços nocturnos.

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