Há menos estudantes colocados nas universidades este ano

O número de estudantes colocados subiu de 40415 para 49652. No ano passado, no final destas duas etapas, tinham sido colocados 50641

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Com os resultados da segunda fase, o número de estudantes colocados subiu de 40415 para 49652.

Por comparação ao ano passado, há menos cerca de mil estudantes colocados no ensino superior e a quebra ainda poderá ser maior. É este o balanço das duas fases do concurso nacional de acesso ao ensino superior. Com os resultados da segunda fase, divulgados esta quinta-feira, o número de estudantes colocados subiu de 40415 para 49652.

No ano passado, no final destas duas etapas, foram colocados 50641. O Ministério da Educação e Ciência (MEC) anunciou na quarta-feira que só fará “uma análise detalhada dos novos ingressos no ensino superior público através do concurso nacional de acesso” depois da conclusão da 3.ª fase, a 5 de Outubro.

A quebra do número de colocados era já um cenário previsível uma vez que houve este ano menos candidatos na 1.ª fase do concurso, que é a mais concorrida. Foi o número mais baixo desde 2006 e, ao contrário do que aconteceu no ano passado, acabou por não ser compensado com a 2.ª fase, como aliás já fora antecipado pelo presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, Meira Soares.

Com exames mais difíceis, "há menos estudantes a conseguirem concluir o 12.º ano e, portanto, há menos candidatos ao ensino superior", explicou ao PÚBLICO quando foram conhecidos resultados das candidaturas à 1.ª fase. Este responsável admitiu que este retrato viesse a ficar mais “composto” depois de concluída a 2.º fase, mas sem que o resultado final se alterasse – menos alunos a entrar no ensino superior. 

Foram colocados 11365 dos 18849 alunos que se candidataram à 2.ª fase, mas destes pelo menos 2128 já tinham sido contabilizados nos resultados das colocações da 1.ª fase. Segundo o MEC, o número de novos estudantes que foram agora admitidos é assim de 9237. É esta a parcela que se deve somar ao número de colocados na 1.ª fase. O ministério não indicou, contudo, se naquele total figuram também alunos já colocados na 1.ª fase que não se tenham matriculado. A acontecer assim, a quebra por comparação ao ano passado será ainda maior.

O número final de candidatos divulgado pelo MEC é também menor do que aquele que constava no site da Direcção-Geral do Ensino Superior na semana passada, quando terminou o período de candidaturas. Estavam então registados 19468, mais 619 do que o total apresentado agora.

Engenharia Civil com muitas vagas

Segundo o ministério, a diferença ficou a dever-se “a desistências e a outras razões do género”. Dos 18849 candidatos, 7608 concorreram pela primeira vez na 2.ª fase. É o maior grupo e é constituído pelos alunos que só ficaram em condições de se candidatar ao ensino superior depois de terem repetido os exames nacionais do ensino secundário na segunda época ou por terem reprovado na 1.ª fase ou por precisarem de notas mais altas. O ano passado estavam nesta situação 8472 candidatos. 

O segundo maior grupo de candidatos (5872) é formado por estudantes que já se tinham matriculado depois de obterem colocação na 1.ª fase do concurso, mas que tentaram agora mudar de curso. Destes 2128 obtiveram uma nova colocação. Entre os candidatos, existiam ainda 3144 que não ficaram colocados na 1.ª fase e outros 2225 que obtiveram uma colocação, mas não se matricularam. 

Das 20441 vagas colocadas a concurso, 4834 tiveram origem em outros tantos alunos que ficaram colocados na 1.ª fase e que acabaram por não se matricular. Os resultados agora divulgados dão conta que mais de metade terão desistido de o fazer. Para a 3.ª e última fase do concurso sobram 9076 das 52298 vagas iniciais. O curso de Engenharia Civil do Instituto Politécnico de Lisboa é o que continua com mais lugares por ocupar: 143 dos 150 disponíveis.

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