Secretas espanholas seguiram todos os passos de Puigdemont até à detenção

Quando se aperceberam que o antigo presidente da Generalitat iria passar pela Alemanha para regressar a Bruxelas, os agentes espanhóis entraram em contacto com as autoridades alemãs para avançar com a detenção.

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Reuters/Eric Vidal

As secretas espanholas seguiram todos os passos de Carles Puigdemont desde que este chegou à Finlândia, na quinta-feira. Quando se aperceberam que iria passar pela Alemanha, os agentes espanhóis combinaram com as autoridades germânicas uma “espera” para deter o político catalão.

Na quinta-feira, Puigdemont chegou à Finlândia para se encontrar com deputados locais e participar numa conferência na Universidade de Helsínquia. No dia seguinte, o juiz Pablo Llarena reactivava a ordem europeia de detenção e entrega (OEDE) contra o antigo presidente da Generalitat. Puigdemont decidiu então antecipar o seu regresso, inicialmente marcado para sábado, a Bruxelas – onde se encontra auto-exilado desde Outubro - para sexta-feira. Porém, por esta altura, o político já estava a ser vigiado.

De acordo com as informações da imprensa espanhola, uma alargada equipa dos serviços secretos espanhóis, o Centro Nacional de Inteligência (CNI), manteve Puigdemont sob vigilância desde a sua chegada à Financia. Essa vigilância foi apertada assim que foi reactivada a OEDE por parte da justiça espanhola.

Todo o caminho que Puigdemont fez de carro desde a Finlândia foi vigiado pelas autoridades. O Renault Escape de matrícula belga onde o ex-presidente da Catalunha seguia com mais quatro passageiros, cujas identidades não foram reveladas, foi interceptado às 11h19 locais (menos uma hora em Lisboa), 30 km depois de cruzar a fronteira entre a Dinamarca e a Alemanha, na auto-estrada 7, entre as localidades de Shuby e jagel, no estado alemão de Schleswig-Holstein.

As fontes das forças de segurança ouvidas pelo El País dão conta de que, durante o trajecto, o grupo de agentes que seguia Puigdemont não tinha a certeza se este iria passar pela Alemanha – havia a hipótese de apanhar um barco desde Helsínquia até à Estónia, e daí regressar a Bruxelas.

No momento em que se aperceberam que o caminho passaria pelas estradas alemãs, os agentes dos serviços secretos espanhóis entraram em contacto com as autoridades alemãs para que Puigdemont fosse detido assim que entrasse na Alemanha – Madrid considera a colaboração policial com este país das melhores que tem entre os Estados-membros da União Europeia.

Para percorrer os mais de 2200 quilómetros que separam Helsínquia de Bruxelas, Puigdemont terá atravessado a fronteira marítima para a Suécia e seguido daí para a Dinamarca, onde terá passado a noite de sábado para domingo. Acabou por fazer apenas cerca de 1200 quilómetros pois foi detido logo durante a manhã e depois de ter retomado viagem.

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