Beer Generation quer pôr Lisboa na rota dos festivais de cerveja artesanal

Até sábado, há mais de 200 estilos de cerveja artesanal para provar na primeira edição do Beer Generation Lisbon Festival, entre marcas nacionais, produtores emergentes e grandes nomes do movimento cervejeiro internacional. Além de concertos, palestras e sessões de degustação e harmonização gastronómica.

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Sebastião Almeida
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Mais do que um festival, o Beer Generation Lisbon Festival quer ser uma “viagem à cultura da cerveja artesanal” e uma homenagem à geração de cervejeiros que tem protagonizado uma mudança de paradigma na indústria um pouco por todo o mundo, “fazendo desta ‘revolução’ um estilo de vida”. E colocar Lisboa no mapa dos grandes festivais de cerveja artesanal da Europa.

É por isso que entre o elenco de 30 produtores convidados estão nomes como Steve Hindy, antigo jornalista norte-americano que descobriu a produção caseira de cerveja artesanal quando era correspondente no Médio Oriente e que acabaria por fundar a Brooklyn Brewery no regresso aos Estados Unidos, nos anos 1980, sendo hoje uma das principais marcas a nível mundial.

Ou Ben Rozzi, um surfista norte-americano que se apaixonou pelas ondas do País Basco e se mudou para San Sebastian, onde abriu a Basqueland Brewing em 2015. "Na altura, [na cidade] só existiam cervejas artesanais importadas, algumas dos Estados Unidos, e sentíamos que o sabor não era igual", conta. Faltava-lhes a frescura perdida durante o longo processo de distribuição. Três anos depois, diz que essa continua a ser a sua principal motivação: "mostrar às pessoas o verdadeiro sabor de uma cerveja artesanal boa e recentemente produzida".

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Até sábado, estarão nos armazéns do Hub Creativo do Beato, em Lisboa, 11 cervejeiras internacionais, com produção nos Estados Unidos, Dinamarca, Noruega, Áustria, Finlândia, Estónia e Espanha. E é possível provar cervejas de 35 produtores portugueses, incluindo 12 marcas emergentes, “algumas com licenciamento há três ou seis meses e que já estão no mercado com cervejas que surpreendem”, indica Octávio Costa, um dos responsáveis pela OG&Associados, empresa que organiza o festival.

“Portugal foi um dos últimos países da Europa Ocidental a aderir a este movimento, mas rapidamente posicionou-se ao lado de países que já tinham algum historial de cerveja artesanal”, defende o responsável, relembrando que, nos últimos cinco anos, “passámos de três ou quatro microcervejeiras para 60 projectos” em território nacional. Octávio Costa, no entanto, descarta a possibilidade de ser apenas uma moda passageira. “Por detrás de tudo isto está a economia do país a evoluir.” E muitas histórias de pessoas que “abandonaram outros empregos e mudaram de vida porque acharam que este era o caminho certo”.

É esse “movimento empreendedor cervejeiro”, e o “espectro de sustentabilidade económica e social” associado ao mesmo, que o Beer Generation Lisbon Festival pretende homenagear e promover, juntando produtores, especialistas, distribuidores, aficionados e novos entusiastas para três dias de muita cerveja produzida artesanalmente. Além dos balcões dos produtores presentes, onde é possível provar as diferentes marcas e contactar directamente com os cervejeiros, a primeira edição do festival conta com bancas de comida de rua e uma programação recheada, que inclui duas palestras, várias degustações comentadas, sessões de harmonização gastronómica, concertos e lançamentos de edições especiais de cervejas e produções colaborativas.

Entre os destaques, está a apresentação da Two Broken Ribs, uma cerveja produzida na Finlândia em parceria com um cervejeiro português e outro espanhol. “É a receita de uma imperial stout normal, mas que leva «reindeer moss», um líquen muito floral, que as renas conseguem cheirar mesmo debaixo de neve”, conta Octávio Costa. “Quando essa colaboração for feita em Portugal, [a cerveja] vai ter outro nome e utilizar cidrão, um ingrediente autóctone que está a desaparecer em Portugal e que, actualmente, só se conseguem arranjar cerca de 100 quilos por ano numa zona entre Vila Verde e Braga.” Haverá ainda dois lotes raros em prova feitos pelo dinamarquês Mikkel Borg Bjergsø, considerado actualmente “o maior cervejeiro do mundo”.

Para a edição de estreia, a organização espera receber cerca de 10 mil visitantes ao longo dos três dias. Mas o objectivo é que o segundo evento “seja já uma coisa com escala e repercussão internacional”. Depois de Caminha, Faro, Porto e Cascais, a OG&Associados, especializada na organização de eventos dedicados à cerveja artesanal, chega finalmente a Lisboa. “Andamos há dois anos a tentar fazer qualquer coisa à escala e com o merecimento que a capital precisa”, reconhece Octávio Costa. “Existe um roteiro enorme de festivais de cerveja e de peregrinações cervejeiras na Europa e nós queremos colocar Lisboa nesse mapa.”

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