Paulo Macedo quer banco público mais digital e a recuperar dos prejuízos

Sobre a redução do número de agências, o presidente da CGD garante que quer manter um número significativo, mas apostar também na digitalização.

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Paulo Macedo defendeu a ideia de que a digitalização deve ser inclusiva LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

O presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, defendeu nesta segunda-feira que o banco tem de continuar a recuperar da trajectória de prejuízos, para poder servir no futuro as famílias e as empresas.

Paulo Macedo, que falava no encerramento do 12.º "Encontro Fora da Caixa", em Aveiro, salientou que "não há bancos que não sejam rentáveis que subsistam", da mesma maneira que empresas de outros sectores.

"A Caixa tem de recuperar de uma trajectória de prejuízos de seis anos. Já conseguiu virar a página em 2017 e queremos que isso continue para podermos continuar a servir as famílias e as empresas portuguesas daqui a cinco, a dez e mais anos", declarou.

O presidente da CGD enumerou alguns trunfos que o banco público tem no mercado, nomeadamente a reputação, a notoriedade e "uma proximidade muito significativa com os portugueses".

"A Caixa está aqui para fazer negócio, tem mais capital, tem mais liquidez, é o maior banco português, tem uma posição internacional que faz a diferença e quer crescer no mercado das pequenas e médias empresas e no mercado do crédito", explicou.

Aludindo à redução do número de agências, Paulo Macedo garantiu que a sua perspectiva é a de manter um número significativo, mas apostar também nas novas formas de relacionamento com os clientes.

"Da mesma maneira que achamos que temos de manter um espaço de agências muito significativo para servir as pessoas que querem ter essa relação com o banco, também sabemos que temos de oferecer uma forte digitalização e uma forte possibilidade de contactar o banco por canais alternativos", disse.

Macedo espera que três mil milhões de pessoas vão aceder às contas e serviços através de smartphones, tablets, computadores e smartwatch, e sublinhou que hoje há cerca de 2,6 milhões de portugueses que usam a Internet.

"Temos 100 mil empresas que são clientes digitais da Caixa, temos dois milhões de acessos mensais digitais na Caixa e temos 50% das operações de comércio externo que são feitas de forma digital", enumerou.

Paulo Macedo defendeu a ideia de que a digitalização deve ser inclusiva, referindo-se aos clientes que ainda usam caderneta e à sua digitalização. "A nossa forma preferencial de relacionamento não é através da caderneta, mas também não podemos ignorar que temos umas centenas de milhares de clientes que estão habituados a utilizá-la. O que queremos é que a evolução tecnológica também vise a inclusão destas pessoas", destacou.

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